Grupos de manifestantes protestaram, na tarde de ontem, 16, na Praça do Centro Cívico, contra o Governo Federal e a corrupção no País. Segundo estimativas da Polícia Militar, o ato, organizado pelo movimento Vem Pra Rua, contou com a presença de 500 pessoas, quantidade equivalente à metade do público de um protesto realizado em março deste ano. Entre faixas e cartazes, os manifestantes pediam o impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e uma reforma política.
Na Praça do Centro Cívico, dois eventos simultâneos aconteciam: um convocado pelo movimento “Vem Pra Rua” e um evento musical, o “Rock Contra a Corrupção”. No primeiro, cerca de 300 pessoas compareceram. O restante curtia 24 bandas de Rock que se revezavam em uma tenda montada na Praça.
O público começou a reunir-se por volta das 16 horas e a primeira volta ao redor da Praça do Centro Cívico ocorreu às 18 horas. O líder do movimento “Vem pra Rua” em Roraima, o advogado Alex Ladislau, atribuiu o público reduzido à pouca divulgação do ato. “Nos manifestos anteriores, a mobilização pelas redes sociais foi bem maior, mas acredito que isso não reduziu a importância do evento”, declarou.
O psicólogo Antônio Guerra participou da manifestação. Segundo ele, a renúncia ou o impeachment da presidente Dilma não é a solução, mas pode ser considerado o início da mudança. “Os danos causados pela corrupção não serão reparados com a saída da presidente, mas já seria um bom começo e precisamos lutar por isso”, disse.
Guerra destacou que para provocar reais mudanças no País, o Governo Federal deve investir nas áreas da saúde, educação e segurança pública. “Nosso dinheiro precisa ser investido nestas áreas, e não desviado para o bolso de políticos corruptos. Precisamos dar um basta nesta situação”, afirmou.
O presidente da Associação dos Antigos Policiais Civis e Servidores do Ex-território Federal de Roraima e líder dos movimentos “Fora Dilma” e “Fora PT”, Josias Licata, afirmou que mesmo com a pouca participação dos roraimenses o movimento é válido. “No Brasil, a população só é ouvida quando vai às ruas. Muitas coisas já foram conquistadas desta forma”, disse.
MUSICAL – O “Rock Contra a Corrupção” contou com a participação de mais de 20 bandas do cenário local. Segundo um dos organizadores, o músico Rodrigo Mebs, o evento foi apartidário e formado por pessoas com diversos pensamentos e opiniões. “A voz, em uníssono, é um grito contra a corrupção em todas as dimensões e níveis da sociedade. É mais do que um evento de Rock’nRoll, é um manifesto que tem o intuito de sensibilizar os jovens para o problema da corrupção em nosso País”, explicou.
Mebs destacou que o ‘Rock Contra a Corrupção’ não contou com a participação de políticos. “Eles não nos procuraram e, mesmo que nos tivessem procura, negaríamos qualquer apoio ou ajuda. Em hipótese alguma queremos envolvimento com políticos ou partidos. Por ser um evento que envolve diversas pessoas, é preciso respeitar a opinião ou ideologia de cada integrante, de cada banda e do público das bandas. Nosso evento é independente, de caráter pacífico”, assegurou. (I.S)