Política

Líder evangélico fala sobre suspeição da eleição e diálogo com Lula 

O pastor diz que por enquanto não reconhece o resultado da eleição, mas que se Lula for empossado será respeitado pelas igrejas enquanto presidente do Brasil

Um dos principais nomes da bancada evangélica em Roraima, o pastor Isamar Ramalho (PSC-RR)), aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), foi procurado pela reportagem da Folha para falar sobre como deve se posicionar a igreja evangélica em relação ao novo governo, após vários dirigentes difundirem boatos sobre fechamento de templos, em caso de vitória do petista.

Presidente da Assembleia de Deus em Roraima, uma das maiores denominações evangélicas do Estado, o pastor que comanda 531 igrejas aqui dentro do estado, 40 igrejas da Venezuela, 7 na África, 5 na Guiana Inglesa 1 na Colômbia, e confirma que a Igreja apoio ativamente a campanha eleitoral de Bolsonaro.

“Eu respondo pela AD Brasil e igrejas ligadas a ela. A Assembleia de Deus fez ativismo, como a grande maioria no Brasil inteiro a favor do presidente Bolsonaro, porque ele preenche para nós exatamente aquilo que nós pregamos. Ele defende a família, ele é contra o aborto, ele preenche todos esses pré-requisitos, do povo de direita”

Isamar explicou ainda que ao menos por enquanto não reconhece o novo governo eleito do presidente Lula da Silva e continua a apostar na agitação para contestar o resultado da eleição. 

“Eu não digo que o presidente Bolsonaro perdeu, não. E também não vejo um novo governo até agora, não vejo, porque há suspeição da eleição. Então, enquanto tiver recursos, certamente o presidente Bolsonaro vai buscar o recurso devido. E com essas manifestações de hoje em especial, certamente, haverá recurso, sem dúvida nenhuma, ou do próprio presidente ou da sociedade que pode se manifestar”

O pastor também fez críticas ao ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) por conta da exclusão de contas que divulgam fake News ligadas a extrema direita. 

“O ministro Alexandre disse que ninguém pode falar nada, mas ele sabe que a sociedade, reunida e unida, pode sim contestar sem nenhuma dificuldade. Isso aí é base de lei”

Sobre o fato de que parte do mundo evangélico se movimenta para se alinhar ao governo Lula, Até mesmo os antigos aliados que faziam parte da base de apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), e hoje mostram disposição de diálogo com o novo governo, Isamar disse que após a posse as igrejas vão reconhecer o novo presidente.

“Então vamos imaginar que o presidente Lula assuma a presidência do Brasil. Ele assumindo, a igreja, sem dúvida nenhuma, vai bater continência, porque a Bíblia me recomenda bater continência para as autoridades. Tá entendendo sem nenhum problema. As igrejas no Brasil sabem respeitar as nossas autoridade e o que mais nós esperamos da nossa autoridades é que eles nos respeitem dentro daquilo que é peculiar ao povo cristão” concluiu.