Cotidiano

Em apenas 8 dias de novembro, chuvas superam média histórica do mês em BV

Novembro de 2022 já é o que mais registrou chuvas nos últimos dois anos e o terceiro mais chuvoso desde 1999

Apesar do período seco, Boa Vista registrou, em apenas oito dias de novembro, 168,6 milímetros de chuvas, mais que o dobro da média histórica para todo o mês (74,8), segundo levantamento da Femarh (Fundação Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) com base em dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia).

Novembro de 2022 já é o que mais registrou chuvas nos últimos dois anos e o terceiro mais chuvoso desde 1999, quando o levantamento mensal começou a ser feito. O meteorologista da Femarh, Ramon Alves, explicou que a quantidade de chuvas acima da normal climatológica acontece por influência do La Niña, presente, pela primeira vez no século 21, por três anos consecutivos – o que é considerado “excepcional” pela Organização Mundial Meteorológica (OMM).

O fenômeno é responsável por esfriar, em larga escala, as temperaturas da superfície do Oceano Pacífico, e levar mais umidade e chuvas para regiões, como a amazônica. “Nos últimos dois anos, a gente verificou que as precipitações vem sempre acima da normal climatológica. Mês passado ficou acima da normal. Neste mês de novembro, também já passou e a tendência de continuar esse fenômeno é, aproximadamente, até fevereiro do ano que vem”, disse Alves.

A quantidade de chuvas registradas em novembro já supera, e muito, a do mesmo mês do ano passado, quando Boa Vista teve 28,7 milímetros. O volume também fica acima do registrado em outubro, primeiro mês de período seco, quando a capital de Roraima teve 138,8 milímetros. Em todo o ano, já choveu 2.074,3 milímetros na cidade – é o quinto maior volume anual registrado em 23 anos.

Nesta quarta, o Inmet emitiu um alerta de chuvas intensas válido até as 10h de quinta-feira (10) para quase todo o Estado de Roraima. A previsão é de chuva entre 30 e 60 milímetros por hora, ou de 50 a 100 milímetros por dia, com ventos intensos entre 60 e 100 quilômetros por hora. Tamanha intensidade coloca a cidade em risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.