Um Projeto de Lei quer tornar dois pratos típicos locais como patrimônios culturais imateriais de Boa Vista: a “maior paçoca do mundo” e a damorida. A proposta foi aprovada por 12 votos, em primeiro turno, nesta quarta-feira (9), na Câmara Municipal. Se passar em segunda votação, daqui a uma semana, só dependerá da sanção do prefeito Arthur Henrique (MDB) para virar lei.
O projeto cita a definição da Unesco de que patrimônio cultural imaterial corresponde às práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural.
No plenário, o autor da proposta, vereador Bruno Perez (MDB), destacou a importância de “prestigiar a nossa paçoca”. “Temos que reverenciar o prato, quem faz o prato, as cozinheiras, chefs, restaurantes e as pessoas que divulgam o nosso prato tradicional”, declarou.
Filho de Maria Perpétua Mangabeira, conhecida como Tia Nega, pioneira da paçoca no Estado, o vereador Daniel Mangabeira (Rede) comentou ter feito “parte dessa história”.
“Foi criada a paçoca aqui há pouco menos de 30 anos por meu pai e minha mãe Tia Nega. Fico muito grato pela paçoca, pelo projeto do meu amigo Bruno Perez, que torna em evidência a maior paçoca do mundo”, declarou.
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A paçoca
A ideia de criar a maior paçoca do mundo em Boa Vista surgiu em 2015. Naquele ano, a prefeitura municipal serviu gratuitamente 500 quilos da iguaria a mais de 20 mil pessoas. Desde então, anualmente, o recorde mundial é quebrado pela capital de Roraima – neste ano, foi servida uma tonelada e 131 quilos.
Diferente de outros estados, em que a paçoca é feita de amendoim, o prato roraimense é feito, geralmente, com ingredientes como carne de sol, cebola e farinha de mandioca. Publicada pela Folha, a coluna Letras Saborosas de 13 de junho de 2015, da jornalista Denise Rohnelt Araújo, ensinou a receita da iguaria.
A damorida
O prato é uma comida indígena preparada com peixes e caças e alguns tipos de pimentas. A damorida é servida em restaurantes regionais e tradicionalmente feita em panela de barro, confeccionadas por etnias indígenas locais.
Abaixo, a colunista Denise Rohnelt, explica o passo a passo de como fazer o tradicional prato roraimense.