Cotidiano

Com sistema de esgoto precário, dejetos são despejados em igarapé

Denunciantes afirmaram que bueiros não suportam a vazão das chuvas; odor forte também incomoda moradores

Moradores das ruas Olavo Bilac e Salustino Liberato, no bairro 13 de setembro, zona Sul da Capital, denunciam a precariedade do sistema de esgoto. Os dejetos estão sendo despejados diretamente no igarapé Pricumã, contaminando o local. O acúmulo de sujeira e água nas tubulações proporciona mau cheiro e riscos à segurança da população.

A microempresária e dona de um comércio no local, Maria de Fátima, afirmou que quando chove, os bueiros não suportam a vazão. “A Companhia de Águas e Esgotos de Roraima (Caer) concerta, porém, inunda quando o fluxo de água é grande”. Além disso, ela diz que o odor incomoda. “Sofro com dores de cabeça, pois as fezes ficam espalhadas pela via”, relatou. A comerciante completou alertando que esse fato pode causar doenças, principalmente às crianças que brincam na região.

No local, uma das casas está com risco de desabamento. Segundo a moradora, devido ao entupimento do bueiro. Dessa forma, a água escore e aumenta o buraco próximo do poste da rua e da parede da residência. “É perigoso. Trocaram o poste de madeira pelo de cimento. Contudo, não colocaram nada para segurá-lo. Há uma vala aqui e está afetando a moradia”, afirmou.

João da Silva Souza mora no local há cerca de 20 anos. De acordo com ele, em épocas de chuva, os problemas aparecem. Ele disse que o motor das bombas instalado não funciona e que o condutor subterrâneo não suporta o acúmulo de sujeira e derrama os dejetos no igarapé. “Toda vez que chove, enfrentamos transtornos. Quando entope, a água sobe e vai direto para o igarapé Pricumã, consequentemente para o rio Branco”. Para ele é um problema que abrange várias regiões da cidade. “Nós que moramos na periferia, estamos sofrendo as mesmas dificuldades”, explicou.

CAER – De acordo com o presidente da Companhia de Águas e Esgotos de Roraima, Danque Esbell, todas as redes despejadas nas vias fluviais serão remanejadas para o sistema implantado pelo órgão. “Estamos tomando providências onde encontramos ou recebemos denúncia. No entanto, elas são inúmeras, e saber onde é o foco é complicado”, disse.

Ele também explicou que a população deve estar consciente. “Campanhas estão sendo realizadas para a colaboração de todos na preservação do Meio Ambiente, visto que o lixo jogado nas ruas ou igarapés prejudica nosso trabalho”. Outro ponto é entorno do sistema, que não é preparado para receber água da chuva. Pois, não tem vazão para quantidades elevadas. Segundo ele é necessário à construção de uma rede pluvial.

Os elevatórios de bombeamento ficam na mata silvestre. Segundo o presidente, durante os turnos da manhã e tarde, existem profissionais responsáveis pelo serviço de checagem. “Os trabalhadores ficam de prontidão para realização das tarefas necessárias. Estamos fazendo um trabalho para que todas as elevatórias funcionem 24h.

São aproximadamente 30. No momento, nove estão em fase de teste. Todas serão monitoradas eletronicamente por meio do acionamento remoto e câmeras filmadoras. Assim podemos observar, além de ganhar tempo”, informou.

A CAER alerta que se a sociedade souber ou mantiver alguma ligação de esgoto sendo despejada na rede fluvial é preciso comparecer na sede da instituição para orientação do procedimento correto a ser realizado. (B.B)