Cultura

Conheça os benefícios da dança para o corpo, mente e convívio social

Assim como toda atividade física, na dança há liberação de endorfina e serotonina, substâncias que causam sensação de prazer e bem-estar

Você sabia que a dança, além de ser uma expressão artística, proporciona diversos benefícios à saúde, como a queima de calorias, o combate ao estresse e a melhoria na coordenação motora?

Nela, há liberação de endorfina e serotonina, substâncias que causam a sensação de bem-estar e prazer, ajudando a trabalhar, também, nos estágios ansiosos e depressivos.

Segundo a profissional de Educação Física, Anne Medeiros, a dança é considerada uma atividade física que gasta muita energia e traz inúmeros benefícios ao corpo humano.

“A melhora da consciência corporal, coordenação motora e equilíbrio, o combate ao sedentarismo, são apenas algumas das vantagens de dançar. No aspecto cognitivo, a dança contribui para a melhora de resoluções de problemas, trabalhando o raciocínio dos praticantes”, disse.

Durante a pandemia, muitas pessoas desenvolveram problemas psicológicos ou tiveram suas doenças agravadas. Este foi o caso da advogada Stephanie Leão, que contou como a expressão artística lhe proporcionou benefícios que vão além da flexibilidade e postura.

“A dança também ajuda na minha saúde mental, ela me traz bem-estar. Nesta pandemia, eu parei de dançar e fiquei muito estressada, triste pelos cantos, mas quando voltei para a dança, relaxei muito, tanto que eu sou outra pessoa, sou bem mais alegre. Ela [dança] me trouxe uma vitalidade”, afirmou a advogada.

O psicólogo Wagner Costa, especializado em Psicologia Positiva, diz que situações como a de Stephanie acontecem, porque dançar é terapêutico. Segundo ele, existem técnicas conhecidas como “dançaterapia”, que unem dança e psicologia, melhorando a disposição mental e a forma de se expressar.

“A dança ajuda a ter consciência corporal e trabalha a atenção”, disse ele, que exemplifica: 

Quando você escuta algo que te chama atenção, acaba se concentrando nisso. Então, é trabalhada uma área do cérebro em que é preciso manipular as informações. É como um jogo,

vou mexer meu corpo, mas tenho que ter consciência da forma como faço isso. Óbvio que pode dançar só seguindo ritmo automaticamente, mas quando eu danço consciente dos meus movimentos, eu trabalho muito mais minha mente”.

Pessoas com problemas de autoestima, sintomas de estresse ou ansiedade podem encontrar na dança uma oportunidade de melhora, não só devido à atividade em si, mas também por causa da socialização que ela proporciona, conforme o especialista.

Bailarina desde os três anos de idade, Angélica Tribino, tornou-se professora de balé e dá aulas para crianças a partir de dois anos. A jovem explica como a modalidade infantil contribui na formação e desenvolvimento dos pequenos.

“O que eu percebo muitas vezes é que alunas são tímidas no início e depois começam a perder a timidez. Também tem casos que os pais buscam pela disciplina, por exemplo, a criança não obedece em casa, mas vem para o balé e tem que obedecer a tia. São coisas que vão muito além da dança, porque por serem [crianças] muito pequenas, acabam sendo ‘esponjinhas’, tudo que eu falar e ensinar, elas vão absorver e levar para a vida”, explicou.

E foi a timidez que motivou Elizangela Silva, a matricular a filha Sarah Rafaele de oito anos no balé. “Eu achava que ela tinha autismo, porque tinha dificuldade de interagir com os coleguinhas da escola, nem no aniversário de criança ela gostava de ir e hoje ela quer estar em tudo, que até me cansa”, declarou.

Influenciada por Elizangela, Maria Tereza, 40, também colocou a filha Sophia Gabriele, de sete anos, na escolinha de dança. Mas no caso dela, o motivo foi o oposto.

“Ela estava muito agitada, e por ser filha única, não tinha muito hábito de compartilhar as coisas. Hoje, com o balé, ela criou um senso de rotina e compromisso, tem hora para tudo. Fora que ela está mais sociável e sabe dividir as coisas, então está sendo maravilhoso”, contou.

Existem diversas modalidades de dança que abrangem a necessidade e o gosto de diferentes pessoas. De acordo com Anne, não existe dança certa ou errada, mas aquelas que exigem níveis diferentes do praticante.

“Durante uma dança, a expressão corporal é muito explorada e as técnicas são aperfeiçoadas através da prática e podem auxiliar questões de desenvolvimento. Alguns tipos de danças também envolvem mais pessoas, trabalhando o lado físico, o psicológico e também o social, como um ritual que não exige habilidade, mas cooperação e harmonia”, explicou.

O psicólogo Wagner Costa ressalta que a neurociência diz que quando há repetição de movimentos por meio de passos elaborados, o praticante fortalece a estrutura cerebral.

“Quando eu aprendo determinados passos e junto tudo, é um exercício cerebral muito importante que trabalha foco, atenção, resistência mental e persistência, que são características importantes para o dia a dia”, concluiu.