Um vídeo gravado dentro da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (PAMC), a maior unidade prisional de Roraima, localizada na zona Rural da Capital, gerou polêmica nas redes sociais. As imagens mostram uma farra nas celas dos presos, com direito a banda de forró, bebidas e cigarros, tudo na presença de familiares e crianças.
Nas imagens, dois detentos dançam em movimentos eróticos, simulando atos sexuais na frente dos convidados. A festa teria ocorrido dentro da ala 15 do presídio.
Após analisar o vídeo divulgado e comparar com fotos de um torneio de futebol promovido durante a semana passada pela Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania (Sejuc) na Pamc, a Divisão de Inteligência e Captura (Dicap) da Sejuc enviou um relatório à Folha em que alega que o vídeo foi feito no final de 2012. “As pinturas que aparecem no vídeo estão sobrepostas a uma leve camada de cor branca, caracterizando que as imagens teriam sido feitas em data anterior ao torneio e, possivelmente, gravadas durante a comemoração da festa de fim de ano de 2012, pois as pinturas na parede desejam ‘Feliz 2013’”, disse.
Conforme o relatório, os dois reeducandos que aparecem nas imagens dançando foram identificados como sendo André Rariz da Cruz e Jefferson Articlinio Medeiros.
De acordo com as imagens, a Sejuc confirmou que o vídeo foi gravado dentro da penitenciária, em frente às alas 13 e 15, onde contém várias decorações, como balões e pinturas nas paredes das alas.
A Sejuc ressaltou que, no ano de 2015, o local passou por reforma tendo as paredes pintadas, o que pode também ser comprovado pelas imagens do evento alusivo ao Dia dos Pais, realizado no final de semana passado, quando os reeducandos receberam os troféus do campeonato de futebol e diplomas de cursos profissionalizantes.
O secretário de Justiça e Cidadania, Josué Filho, esclareceu que a atual gestão tem atuado para que a unidade prisional preste o atendimento penal devido aos reeducandos com ocupações saudáveis e de cunho social atendendo os limites do bom senso e da coerência, de forma que não permitirá, jamais, que fatos como este, do passado, ocorram.
O relatório finalizou afirmando que as denúncias vinculadas na mídia dando conta de que a festa teria sido organizada e patrocinada pela Secretaria de Justiça e Cidadania não procedem, pois “o vídeo em questão foi feito em data anterior e está sendo usado para prejudicar o bom andamento dos trabalhos realizados pelo órgão”. (L.G.C)