A Justiça de Roraima condenou Gleyson Antônio da Silva Mateus, de 36 anos, a quatro anos de prisão por invadir uma casa, ameaçar a ex-esposa de 55 anos e uma criança com deficiência, e ainda estrangular a filha da ex, de 37. O homem está preso desde julho, quando ocorreu o crime e, de acordo com a sentença, não poderá recorrer em liberdade.
Gleyson Antônio foi enquadrado pelos crimes de lesão corporal, ameaça, invasão de domicílio, danos patrimoniais e descumprimento de medidas protetivas. O juiz de Violência Doméstica, Jaime Plá, sentenciou o réu a pagar R$ 5 mil à vítima por danos morais, além da prisão. A decisão é do último domingo (20), mas só foi divulgada nesta sexta-feira (25) pelo MPRR (Ministério Público de Roraima).
O promotor de Justiça, Hevandro Cerutti, avalia que a condenação representa uma vitória na semana em que se comemora o Dia Internacional pela Eliminação da Violência Contra a Mulher. “As penas previstas na legislação, infelizmente, são pequenas se compararmos com a gravidade e com os traumas que casos como esse geram nas vítimas, o que impede maior repressão por parte do Ministério Público e do Poder Judiciário. Independente disso, nosso esforço é para que os agressores não fiquem impunes”, concluiu Cerutti.
Relembre
O caso aconteceu em 26 de julho, no bairro Cambará, zona Oeste de Boa Vista. Na época, a Polícia Militar informou que, ao chegar ao local, avistou o veículo conduzido pelo suspeito, dentro de uma casa, cujo portão foi derrubado por ele. O acusado estava no banco do passageiro inquieto, alterado e com marcas de sangue nas mãos devido aos cortes de faca ou vidro sofridos durante as agressões.
O suspeito tinha acabado de receber uma intimação de medida protetiva e desejava matar a ex-esposa. Ele também repetia que queria morrer e dizia: “atira na minha cabeça”, “pode atirar no meu coração, atira, atira”.
Os policiais disseram ter dialogado com o suspeito, no aguardo de outra viatura. Quando o veículo policial chegou, os agentes pediram para ele sair do carro com as mãos na cabeça, mas ele desobedeceu a ordem.
O suspeito informou ainda que tinha conseguido uma faca, saiu do veículo com uma das mãos escondidas e tentou avançar contra a guarnição. Com isso, os policiais reagiram ao efetuar 12 disparos de balas de borracha nas pernas do homem, que caiu e acabou imobilizado. Mesmo no chão, ele continuou a resistir.
Ao verificarem a casa onde ocorreu os crimes, a corporação viu a porta da frente com vidro quebrado totalmente e a porta de trás arrombada. Nesse momento, a ex do suspeito estava na casa do vizinho, que a ajudou, e a filha dela, de 37 anos, estava escondida na sede do Corpo de Bombeiros próxima da residência – ambas as vítimas muito nervosas e com medo, segundo a PM.
A PM contou ainda que a mulher de 37 anos sofreu ferimentos no abdômen e nos braços devido as agressões do ex-padrasto, que quebrou um rodo com cabo e a estrangulou, mas ela conseguiu fugir.
O suspeito tentou agredir uma criança com deficiência física e mental cuidada pela ex, segundo a corporação. A casa ficou totalmente revirada, por conta do episódio.