O tenente da Polícia Militar de Roraima, Márcio Costa, disse que irá adotar medidas judiciais contra o advogado Roberto Guedes, que compartilhou um vídeo o desacatando nessa terça-feira (6), durante uma discussão entre os dois, em frente a um colégio estadual militarizado, no bairro Paraviana.
Em entrevista à Folha, o tenente que é sub-comandante do corpo de alunos da escola, deu sua versão sobre os fatos. Ele conta que estava conversando com a mãe de uma aluna, que havia deixado o carro estacionado em frente ao portão da casa do advogado, que ao chegar à residência, começou a buzinar desesperadamente.
A mãe da aluna, então, teria ido retirar o veículo do local quando o advogado desceu do carro e abriu a porta do veículo dela. “Devido à gravidade, eu precisei intervir. Pedi para que ele se acalmasse e que a mãe já estava retirando o veículo. Foi quando ele me desacatou com palavras de baixo calão e adentrou a sua residência. Ao questionar o mesmo sobre sua agressividade, ele veio filmando e continuou me desacatando de dentro de sua casa. Eu pedi para ele se acalmar e dar o exemplo, pois estava na frente de uma escola”, relatou.
O vídeo mostra o momento em que o advogado diz que o policial está errado. “Você está me ameaçando, querendo sacar a arma, saca. Você tá errado, a mulher tava errada, tenente vá cuidar da sua vida. Vá se (…), pega essa arma e (…)”, disse o advogado em vídeo gravado por ele mesmo.
Costa disse acionou uma guarnição da Polícia Militar. Em seguida, conversou com a filha de Roberto, que informou que o pai já tem uma idade avançada e passa por problemas graves de saúde. “Diante das informações repassadas pela filha e por conhecer o seu esposo, resolvi cancelar o deslocamento da viatura. Ela me pediu perdão e desculpas pelo acontecido”, explicou ele, dizendo ainda que a partir desta quarta-feira (7), irá tomar as medidas cabíveis junto aos órgãos competentes.
Costa é policial militar há 32 anos e já foi segurança de autoridades estaduais. “Sempre tive uma boa conduta dentro da corporação. Ele me colocou como infrator, me expôs e me humilhou perante a sociedade. Jogou o vídeo nas redes sociais sem a minha autorização, mexeu com a minha imagem. Por isso, vou representar contra ele judicialmente”, destacou.
Procurado, Roberto Guedes disse que as alegações do policial são mentirosas. Ele explicou que, no episódio, o agente saiu do colégio “todo alterado”, dizendo “calma aí, calma aí”, ao que respondeu “calma aí por quê?”, momento em que colocou a mão no coldre.
“Falei: ‘Tu vai atirar? Atira, seu filho da mãe’. Aí eu liguei o celular e comecei a filmar e ele amansou: ‘Calma aí, calma aí, você tá nervoso?’. O cara é errado, se meteu num problema que já tava resolvido. Ele fez foi prevaricar, devia ter multado a senhora”, disse ele, afirmando que, caso seja processado, irá representar contra Márcio Costa por denunciação caluniosa.
*Atualizado às 7h58