Com detecções recentes de casos de influenza aviária na em países da América do Sul como Colômbia, Equador, Peru e Venezuela no último mês, os órgãos de defesa sanitária do Brasil elevaram o nível de atenção para a doença, que pode causar muitos prejuízos caso chegue ao País.
Atento à situação, o Governo de Roraima vem acompanhando e reforçando as medidas de prevenção por meio da Aderr (Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima), em parceria com o DSA (Departamento de Saúde Animal) do Mapa (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, além da colaboração de outros órgãos públicos e entidades privadas.
A elevação do nível de alerta vem exigindo ações permanentes de atenção à situação da IAAP (influenza aviária de alta patogenicidade) no mundo e reforçando as medidas de prevenção do ingresso da doença no país, segundo informou o gerente de Defesa Animal da Aderr, Paulo Figueiroa.
“Todos os envolvidos estão trabalhando no sentido de detectar precocemente casos suspeitos em aves domésticas e silvestres, de forma a preparar respostas a eventuais ocorrências no país”, enfatizou.
O presidente da Aderr, Marcelo Parisi, alertou sobre o início do período de maior migração de aves silvestres para o Brasil e um possível aumento da carga viral nas populações de aves migratórias com potencial de disseminação do vírus da influenza aviária, além dos impactos socioeconômicos e ambientais de uma eventual ocorrência da doença.
Ainda de acordo com Parisi, é necessária a participação da sociedade no sentido de colaborar com os órgãos de defesa sanitária e agropecuária para evitar a entrada da gripe aviária no Brasil. “Pedimos a colaboração dos produtores, profissionais da área, observadores de pássaros e toda população de modo geral para a notificação imediata de eventos excepcionais de mortalidade de aves silvestres ou domésticas”, frisou.
CONSUMO
Conforme o gerente Paulo Figueiroa, a proteína animal mais consumida no mundo é a de aves, algo que ocorre pelo custo mais acessível e maior disponibilidade do produto, que chega facilmente à mesa da população.
“Por isso é dever de todos zelar por um plantel saudável, assim como pela saúde de todos, que pode ser definida como esforço colaborativo multidisciplinar. Esse trabalho precisa atuar a nível local, nacional e global para garantir uma sanidade ótima para o homem, os animais e o meio ambiente”, disse.
INFLUENZA AVIÁRIA
A gripe aviária é causada pelo vírus influenza tipo A. Ele evoluiu e é altamente patogênico, ou seja, com alto índice de contágio, com impactos severos no setor da avicultura. Além da necessidade do abatimento das aves, há um retardo no ciclo de produção.
A doença chegou à Colômbia, Peru e Equador, e na última sexta-feira, 2, o vírus foi detectado em pelicanos na região costeira norte do Estado de Anzoátegui, na Venezuela, segundo informou o Governo do país.
PRODUÇÃO RECORDE
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de frango, com 14,4 milhões de toneladas, mas lidera as exportações mundiais, comercializando 4,9 milhões de toneladas de carne desta ave no exterior. Uma eventual chegada da doença ao país colocaria o produto brasileiro sob suspeita de vários países, que o evitariam por questões sanitárias ou por embargos comerciais.
O Brasil detém 35% das exportações mundiais, e deve atingir US$ 10 bilhões neste ano. São próximos de R$ 55 bilhões vindos de fora para irrigar a economia nacional. Se a doença atingir o mercado interno, tanto os consumidores brasileiros quanto os estrangeiros serão afetados.