O número de famílias roraimenses com contas em atraso reduziu em 17,4% em novembro deste ano, quando comparado ao mesmo período do ano passado. O dado é da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O economista Fabio Martinez destaca que o percentual de Roraima é menor do que a média nacional. O mês de outubro também registrou queda de 3,8% no número de inadimplentes.
“A situação econômica do Estado está melhor que a média nacional e isso reflete nos dados da pesquisa, propiciando um destaque maior em alguns indicadores. Por exemplo, o número de empregos formais vem aumentando e isso automaticamente faz reduzir o número de famílias com contas atrasadas”, avalia.
O número de famílias roraimenses com endividamento também se manteve estável em 83,6%, apresentando o mesmo percentual de outubro, conforme o levantamento. As principais dívidas das famílias são o cartão de crédito, carnês de lojas e crédito pessoal. No entanto, houve redução de dívidas com financiamento de casa, carro e cheque especial.
“Vale destacar que as famílias endividadas são aquelas que possuem algum tipo de dívida mensal, como parcelas de carro, casa e outros. Já o consumidor inadimplente é aquele que tem contas abertas, ou seja, dívidas atrasadas”, acrescenta Martinez.
INADIMPLÊNCIA NO BRASIL
Nos demais Estados brasileiros, 30,3% das famílias têm alguma dívida em atraso, ou seja, não conseguiram pagar dentro do vencimento. Em um ano, a inadimplência avançou 4,2 p.p., especialmente entre os mais pobres. Dos consumidores com até 10 salários de renda mensal, 34,1% atrasaram uma dívida, a maior proporção da série histórica, iniciada em 2010.
A desaceleração da proporção de endividados é explicada pela evolução positiva do mercado de trabalho, pelas políticas de transferência de renda mais robustas e pela queda da inflação nos últimos meses. Conforme o presidente da CNC, José Roberto Tadros, esse conjunto de fatores resultou no aumento da renda disponível.
“Mesmo com o cenário de melhoria do mercado de trabalho, os consumidores seguem cautelosos quanto à contratação de novas dívidas neste fim de ano, tanto pelo alto índice de endividamento e comprometimento da renda quanto pelos juros, que seguem altos”, aponta o presidente.