O meia Arthur Feitoza, de 27 anos, lamentou a eliminação do Brasil diante da Croácia nas quartas de final da Copa do Mundo no Catar. De férias com a família em Boa Vista, onde nasceu, o jogador do FC Tokyo considera que a seleção brasileira não teve uma atuação convincente no Mundial.
“Ninguém estava esperando o Brasil sair pra Croácia, claro que é Copa do Mundo e você não pode tirar os méritos deles. Passaram e chegaram onde chegaram, mas o Brasil, pelo nível dos jogadores, estava bem mais acima”, avaliou em entrevista à Folha.
Contra os croatas, o Brasil precisava “impor mais o jogo”, segundo Feitoza. “Estava todo mundo ficando parado, esperando a bola chegar no pé. O Brasil precisou se impor mesmo. Com todo respeito, a Croácia não vai passar na semifinal”.
Arthur viu jogo do Brasil no Catar
Direto do estádio 974, o roraimense viu a goleada do Brasil sobre a Coreia do Sul por 4 a 1, na última segunda-feira (5) e descreveu como foi. “É surreal. Como se estivesse jogando, como se fosse a mesma adrenalina. Aquele frio na barriga de estar no estádio, ver os caras jogando, foi massa demais”, disse ele, que conheceu alguns craques da seleção após a vitória por 1 a 0 sobre o Japão, em amistoso realizado em junho passado.
França e Argentina favoritas
Arthur Feitoza elege duas seleções favoritas a ganhar a Copa do Mundo. “Antes da Copa já estavam cotadas como favoritas, mas acho que Argentina ou França têm tudo pra ser campeã. Mas vamos ver, está dando tudo errado nessa Copa [para as grandes seleções]”, disse.
Carinho pelo Japão
O roraimense mora há quatro anos no Japão, a quem credita ter ganho uma das maiores conquistas de sua vida: o respeito ensinado pelo povo local. “Aprendi muito a cultura deles, o respeito que eles têm, principalmente por nós, brasileiros, até porque eles olham para o brasileiro como o país do futebol. O respeito faz parte do dia a dia do japonês”, lembrou.
Na Copa deste ano, o Japão conquistou um feito histórico ao se classificar em primeiro lugar no grupo E com direito a vitória sobre Alemanha (2 a 1) e Espanha (2 a 1), favoritas da chave a passar para as oitavas de final. E para a tristeza de Feitoza, a seleção nipônica acabou eliminada na fase seguinte: para a mesma Croácia e numa disputa por pênaltis.
“Queria que o Japão tivesse passado, pegasse o Brasil – só não podia ganhar se não ia ficar zoando o Brasil. Como somos o pai do futebol, a gente não podia perder pra eles”, disse.
Futuro no futebol
Arthur Feitoza estava emprestado ao Kataller Toyama para um projeto de levar a equipe para a segunda divisão do futebol japonês – mas o time não alcançou o objetivo, porque, segundo o jogador, o elenco sentiu a diferença do clima entre o primeiro e segundo turnos. Pelo clube, o meia atuou em 20 jogos e marcou dois gols na temporada de 2022.
Com contrato com o FC Tokyo até o fim de 2023, o atleta se reintegrará ao clube que, em 2019, o acolheu no Japão. A equipe joga a primeira divisão japonesa – que também tem craques, como o espanhol Andrés Iniesta, campeão mundial em 2010 que atualmente joga no Vissel Kobe. “Espero que a volta ao time seja como no primeiro ano. Quero voltar e fazer um bom ano de novo pra poder ajudar o time”, declarou.
Feitoza iniciou a carreira em Roraima, no futsal. Depois, ele conheceu o futebol de campo e atuou pela base do Grêmio Atlético Sampaio (GAS). Fora, o atleta teve passagens por clubes, como São José (SP), Votuporanguense (SP), Audax Rio (RJ), Novo Hamburgo (RS) e Marcílio Dias (SC) – de onde seguiu para o FC Tokyo, que também o emprestou ao Yokohama FC.