O número de assassinatos de mulheres devido a sua condição de gênero, o chamado feminicídio, aumentou 10,8% durante os últimos quatro anos em todo o país..
Em oposição, 11 estados conseguiram diminuir os números de assassinatos de mulheres, entre um deles Roraima, que conseguiu reduzir em 50% o número de mulheres mortas nessa situação.
Entre eles destacam-se, Alagoas (-42,3%), Bahia (-2,1%), Distrito Federal (-42,9%), Espírito Santo (-6,3%), Paraná (-33,3%), Piauí (-18,8%), Rio Grande do Norte (-35,7%), Santa Catarina (-9,4%), São Paulo (-11,8%) e Sergipe (-9,1%).
Número de Homicídios
A porcentagem representa um total de 2.671 mortes nos primeiros semestres dos últimos quatro anos – 2019, 2020, 2021, 2022. Os dados foram divulgados na quarta-feira pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
A pesquisa revela que no primeiro semestre deste ano ocorreram 699 feminicídios, o que representa uma média de quatro assassinatos por dia no País. Em relação ao mesmo período de 2021, houve um aumento de 3,2% nos crimes. O total ainda superou os anos de 2019 e 2020.
“Os dados mostram que a violência contra a mulher aumentou nos últimos quatro anos, ao mesmo tempo em que o investimento em políticas públicas foi deliberadamente reduzido, sobretudo em nível federal. É importante observar que o aumento de 10,8% nos feminicídios contrasta com uma série de outros crimes, como os homicídios em geral, que caem ano a ano desde 2018”, explica Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O feminicídio explodiu na região Norte
Em relação às regiões do País, o Norte foi onde mais cresceu o número de feminicídios durante o governo Bolsonaro. O aumento foi de 75%, seguido Centro-Oeste, com aumento de 29,9%; Sudeste com 8,6% e Nordeste, que registrou aumento de 1%.
A região Sul apresentou redução no número de feminicídios entre 2019 e 2022. Os dados registram uma queda de 1,7%.
Quando contabilizadas as unidades da federação – estados e Distrito Federal – a situação mais dramática foi encontrada em Rondônia, com aumento de 225%; Tocantins, que registou 233,3% de elevação e Amapá, com 200%. Além destes estados, mais 13 unidades da federação em que o número de feminicídios cresceu ou se manteve.