Desde que a Praça Mané Garrincha, no bairro Tancredo Neves, foi interditada pela Prefeitura de Boa Vista para realização de reforma e construção de novas estruturas, os vendedores que antes utilizavam o complexo passaram a utilizar o espaço da rua Moacir da Silva Mota. Afinal, à noite, parte da população da Capital visita as barracas que fornecem alimentação.
Quem vive do comércio, reclama das condições de trabalho e cobra a inauguração da praça. A administração municipal não definiu data para a entrega do espaço, mas confirma que 22 boxes serão construídos para atender aos comerciantes.
A vendedora Maria de Nazaré confirmou que os autônomos estão sendo cadastrados pelo município e participam de cursos para aprimoramento de vendas e manipulação de alimentos. “Já fizemos dois cursos. Um para saber cuidar do que cozinhamos e outro, sobre empreendedorismo. Já participamos de duas reuniões e quem tem barraca foi cadastrado”, disse.
Outro autônomo, que preferiu não se identificar, cobrou a entrega da obra e disse que tem dificuldade de manter o empreendimento sem estrutura fixa e em condições climáticas desfavoráveis. “A única coisa que incomoda é a demora em abrir a praça de novo, porque já prometeram duas vezes: janeiro e depois maio, e nada de inaugurar. Nós não temos condições de construir um local que abrigue muitas pessoas, até mesmo porque quando montamos as barracas, pensamos que seria por um curto período de tempo, mas está virando uma bola de neve”, ressaltou.
De acordo com os vendedores, nenhuma taxa está sendo cobrada, mas eles já foram alertados de que quando voltarem a utilizar as instalações da Praça Mané Garrincha, pagarão uma taxa mensal de R$ 108,00.
“Faço questão de pagar o que eles pedem, só que não aguento mais as promessas. Não esqueci que deram uma resposta para a gente dizendo que até dia 15 deste mês tudo começaria a funcionar e não têm nenhuma posição. Jogaram a gente aqui na rua e só não estamos passando fome porque ninguém desiste. Mas a crise é uma realidade. Tivemos que baixar o preço do prato para ver se melhora”, comentou Nazaré.
A Prefeitura de Boa Vista esclareceu que as barracas montadas são estabelecimentos autônomos informais que exploram a comercialização de refeições e lanches no período da noite. Durante todo o período de 2013/2014, até o início da reforma da praça, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária, elaborou um trabalho semanal de visitações para verificação das condições higiênico-sanitárias nesses estabelecimentos. Após a análise do Relatório Sanitário, elaborado com base na inspeção, a prefeitura optou pela reforma da praça para oferecer mais conforto à população.
Informou também que com a nova estrutura da Praça Mané Garrincha serão entregues 22 boxes para atender os comerciantes que trabalham hoje no local. A nova estrutura será toda padronizada e os profissionais deixarão de trabalhar de maneira informal, tornando-se empreendedores com a inscrição no Microempreendedor Individual (MEI).
Ainda de acordo com a Prefeitura, os comerciantes passaram por capacitações por meio do programa Braços Abertos em parceria com o Sistema S, nas áreas de boas práticas na fabricação de alimentos, gestão e orientações da Vigilância Sanitária, com foco em quatro áreas: padrões sanitários para o manipulador, para o espaço de manipulação, para os equipamentos, utensílios e para o produto alimentício como origem, procedência, armazenamento e exposição. (J.B)