Esporte

Na FRF, Zeca Xaud poderá superar duração de reinado de Dom Pedro II

Relembre como era o mundo quando o presidente da Federação Roraimense de Futebol assumiu o cargo em 1974, bem como destaques de sua época

O presidente da Federação Roraimense de Futebol (FRF), Zeca Xaud, de 78 anos, deve ser reeleito em janeiro de 2023 com votos da maioria dos clubes locais. O cartola está com um ano a menos que a duração do reinado de Dom Pedro II, imperador que governou o Brasil por 49 anos. Caso confirme o resultado para o biênio 2023/2026, ele poderá chegar a 52 anos no poder.

No País, ele superou o governo de vários chefes de Estado: 18 anos de Getúlio Vargas (em 1992), 14 anos de Dom João VI (em 1988), nove anos de Dom Pedro I (em 1985), além de oito anos de Fernando Henrique Cardoso e outros oito de Luiz Inácio Lula da Silva (ambos em 1982).

Se Xaud fosse rei, seu reinado estaria entre os 100 mais duradouros da história. Os mais longos foram de Luís XIV, da França (72 anos), de Elizabeth II, do Reino Unido (70 anos), e de Bhumibol Adulyadej, da Tailândia (70 anos).

A diferença da era xaudista para o segundo presidente de federação estadual com mais tempo no cargo na atualidade é de dez anos. Antonio Aquino Lopes, mandatário da Federação de Futebol do Acre (FFAC), está há 38 anos nessa cadeira.

Xaud ainda possui nove anos a mais que o período de 39 anos em que Carlos Orione presidiu a Federação Mato-grossense de Futebol (FMT). Morto em 2016, Orione era o segundo cartola com mais tempo no poder no País.

Como era o mundo quando Xaud assumiu


O estádio Canarinho em 1986 (Foto: Arquivo/Ilustração)

O ano em que Xaud assumiu o cargo (1974) foi marcado por acontecimentos como a posse do general Ernesto Geisel na presidência do Brasil e a inauguração da ponte Rio-Niterói (a segunda maior do mundo na época). O mundo viva uma guerra fria entre Estados Unidos (capitalismo) e União Soviética (socialismo). No esporte, houve a conquista do segundo título mundial de Fórmula 1 pelo piloto Emerson Fittipaldi e a Alemanha Ocidental se sagrava, em casa, bicampeã da Copa do Mundo.

Naquela década, quando o Brasil vivia uma ditadura militar, Roraima ainda era território, o estádio Canarinho era inaugurado e o futebol roraimense vivia a polarização entre Atlético Roraima e Baré. Mesma época em que a CBF se chamava CBD (Confederação Brasileira de Desportos), a seleção brasileira era tricampeã mundial e Pelé ainda jogava profissionalmente. Profissional, aliás, o futebol roraimense se tornaria após 21 anos de Xaud na FRF.

*Por Lucas Luckezie