A luz misteriosa que cruzou o céu de Boa Vista neste domingo, 8, e intrigou os roraimenses, pode ter uma explicação. O cometa C/2022 E3 (ZTF) estava previsto para cruzar a terra este mês.
O C/2022 E3 (ZTF) foi visto em 2022 pela primeira vez. Mas estudos apontam que sua visita anterior aos céus do planeta Terra foi durante o período Paleolítico Superior.
Visto pela primeira vez em março de 2022, o cometa C2022 E3 (ZTF) permanece viajando pelo sistema solar. Segundo a NASA, quando o cometa foi visto pelos cientistas, já estava dentro da órbita de Júpiter.
O objeto astronômico foi descoberto pela NASA usando a Wide Field Survey Camera no Zwicky Transient Facility. A previsão era que o corpo tivesse sua aproximação mais perto do sol em 12 de janeiro. Em seguida, passaria perto da Terra em 2 de fevereiro.
Mesmo com a imprevisibilidade dos cometas, a NASA afirma que se o corpo continuar com sua tendência atual de brilho, é fácil detectá-lo com binóculos e ainda ser possível avistá-lo durante a noite a olho nu.
O Laboratório de propulsão a jato da NASA (JPL) estima que o cometa deve passar perto da terra a cerca de 42 milhões de quilômetros da Terra. A última vez que esse mesmo corpo passou tão perto do nosso planeta foi durante o período Paleolítico Superior, cerca de 50 mil anos atrás. O C/2022 E3 (ZTF) é um cometa Neandertal.
A título de curiosidade, os últimos humanos que puderam ver o C/2022 E3 foram os primeiros homo sapiens, vivos durante no último período glacial, a Era do Gelo. E também alguns dos últimos Neandertais, já que a espécie foi extinta a cerca de 10 mil anos, após o último periélio, ponto mais próximo do sol do cometa.
Enfim, o privilégio de enxergar o C/2022 E3 (ZTF) era até o momento reservado aos humanos primitivos. Agora, o ser humano moderno terá, pela primeira vez, o enorme privilégio de acompanhar a rápida passagem de um cometa Neandertal.
Carregados de histórias, curiosidades e peculiaridades, o C/2022 E3 (ZTF) dará mais uma vez, após milênios, seu show nos céus. Agora, com o ser humano agraciado de novas tecnologias e conhecimento para explorar o corpo.
Com informações da Folha da São Paulo