Sabe quando você entra em algum aplicativo ou site e fica impressionado com a exibição de anúncios dos produtos e serviços que você gostaria de ter? Essa “coincidência” tem se tornado cada vez mais frequente na internet, mas nada disso é por acaso. Os navegadores realmente sabem o que você está querendo.
A técnica utilizada por esses serviços é baseada no armazenamento de dados com os polêmicos cookies. Exatamente! Aqueles que você clica para aceitar toda vez que navega em um site pela primeira vez. Mas afinal, o que são os cookies e para quê eles servem?
O programador de sistema, Christopher Persaud, explica que os cookies são pequenos arquivos de texto salvos no dispositivo, com informações que visam melhorar a experiência de navegação do usuário. Entre as funções desenvolvidas, os cookies mantêm você logado em sites que exigem cadastro, e isso evita que precise colocar o login toda vez em que os acessa. Além disso, armazenam informações que identificam padrões de comportamento e assim fazem publicidade ou recomendações de compras personalizadas para cada usuário.
“O cookie é um algoritmo que identifica o que está sendo pesquisado”, afirmou o programador, que exemplificou: “Vamos supor que você acessou o Google e pesquisou algo que queria comprar. O Google registra um cookie e deixa salvo no dispositivo. Dessa forma, quando você entra em outro site ou aplicativo, o sistema identifica o que você queria e começa a jogar os anúncios desse determinado produto”.
“Eles [cookie] interagem entre si e melhoram as pesquisas dos usuários. Independente dos sites que você acessar, as informações sempre vão aprender contigo, né? Às vezes eles mandam um produto ou então alguma página melhor ainda do que a que você estava procurando”, complementou Christopher.
Existe algum perigo para os usuários?
Não há uma garantia de que os dados coletados pelas empresas que usam cookies de publicidade estejam sendo usados apenas naquela interação. As informações coletadas podem ser compartilhadas indevidamente com outros sites, e podem a afetar a sua privacidade.
“O ponto negativo é que digamos que seja um tipo de invasão, porque o site vai ter acesso aos dados do seu computador e da sua navegação. Se você inserir, vamos supor o usuário e senha, ele pode captar esses dados através do cookie e mandar essas informações para alguma instituição ou empresa e, assim, elas podem pregar qualquer coisa”, alertou o programador.
Mas isso não é motivo para pânico, em maio de 2018 entrou em vigor a lei GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (GDPR), que regulamenta a transparência das informações fornecidas ao site pelo usuário e obriga a exibição de um aviso com a política de cookies adotada. Agora, antes do usuário “aceitar todos os cookies”, ele pode ler as políticas oferecidas e decidir se aceita ou não, é o que explica Christopher.