Esporte

Xaud é reeleito e amplia recorde de dirigente mais longevo do Brasil

Ao fim do novo mandato, dirigente pode ultrapassar os 50 anos no poder de forma intercalada e ampliar ainda mais o recorde de ser o presidente de entidade esportiva mais longevo do Brasil

José Gama Xaud, o Zeca Xaud, confirmou o favoritismo e foi reeleito neste sábado (13) presidente da Federação Roraimense de Futebol (FRF) para comandar a entidade até janeiro de 2027. Ao fim do novo mandato, ele pode ultrapassar os 50 anos no poder de forma intercalada e ampliar ainda mais o recorde de ser o dirigente de entidade esportiva mais longevo do Brasil.

Pela primeira vez em 15 anos, Xaud enfrentou oposição no pleito: inicialmente, a do presidente do Atlético Roraima, Denner Andrew, que desistiu após resistências nos bastidores, cedendo a liderança da chapa União pelo Futebol de Roraima ao vice-presidente do Baré, Oziel Araújo; e a do ex-secretário da FRF, Gilcimar Monteiro, da impugnada chapa Alternativa.

Com votação secreta, a eleição foi realizada a portas fechadas com apenas os candidatos, e dirigentes e representantes legrais dos nove clubes do Estado, sem a cobertura da imprensa.

Gestão xaudista

Xaud nasceu em Boa Vista no dia 19 de outubro de 1944. Casado com a ex-vice-reitora da Uerr (Universidade Estadual de Roraima), Ilma Xaud, é pai de quatro filhos. Sua profissão é contador e chegou a exercê-la na Prefeitura de Boa Vista, onde se aposentou em 1995. No esporte, ele dirigiu a Federação Roraimense de Basquete na década de 1970 e, na época, aceitou o convite para dirigir a FRF.

Foi sob a gestão xaudista que, em 1995, Roraima foi o último Estado a profissionalizar seu futebol. Em 2001, Xaud foi um dos depoentes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), da Câmara dos Deputados, que investigava a CBF e o contrato com a Nike.

Nesses anos todos, o dirigente repete que não é sua a culpa para a modalidade local ocupar as últimas posições, ao dizer que a entidade só organiza os campeonatos. Repete, também, que a federação é a única do mundo que ajuda os clubes, pagando taxas e diárias até dos gandulas nos torneios.

O presidente da FRF costuma não esconde ajudar financeiramente alguns dirigentes que lhe solicitam, na maioria das vezes, sem critério algum. Não se sabe muito bem de onde vem esse dinheiro, uma vez que a entidade não detalha publicamente os gastos.

O último balanço anual da FRF foi divulgado em 2018 e mostra que, naquele ano, a instituição tinha receitas e despesas de R$ 1.718.324,01. Os maiores investimentos foram com despesas com pessoal (R$ 419,6 mil), com o Estadual profissional masculino (R$ 312,5 mil) e com a administração da FRF (R$ 253,2 mil). Por outro lado, os menores foram para o setor jurídico (R$ 29,4 mil) e o futebol feminino (R$ 20 mil). Confira o documento completo aqui.

A FRF começa 2023 uma posição pior no ranking nacional de federações (24ª) – já esteve em último. Essa colocação muito se deve ao desempenho de seus filiados em competições, a exemplo do maior clube local na atualidade, o São Raimundo. Na contramão, o time iniciará o ano na melhor posição de um roraimense na história: 73º melhor do País e quarto melhor da região Norte.

*Por Lucas Luckezie