O professor de Geologia da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Vladimir de Souza, foi o entrevistado pelo radialista Getúlio Cruz durante o programa Agenda da Semana deste domingo, 29, e afirmou que as águas do Rio Branco já estão contaminadas com mercúrio do garimpo.
A inalação ou ingestão de grandes quantidades de mercúrio, pode resultar em sérias consequências neurológicas. Os sintomas podem incluir tremores, insônia, perda de memória, dores de cabeça, fraqueza muscular e — em casos extremos — morte.
“O mercúrio infelizmente é um fato e nossos rios Uraricuera, Mucajaí e Rio Branco estão com índices altíssimos de concentração de mercúrio e não é tão simples falar isso pois tem vários tipos e o que nos importa é a o mercúrio metálico usado pelo garimpo, e não apenas nas áreas indígenas mas também em outras áreas. Ele é altamente contaminante é muito toxico e não contamina apenas a água mas o ar também, quando evapora e como é muito pesado vai pro fundo e os peixes comem e também contamina, além das pessoas que os tocam”.
Vladimir explicou ainda que mesmo em concentrações baixas o Mercúrio vai aderindo ao tecido adiposo do organismo.
“Você vai se contaminando e ele não sai do corpo e já nas primeiras fases, em baixo índice de contaminação você desenvolve algumas doenças como crise de ansiedade, mau humor e depressão e são inúmeras doenças na fase final desde o colapso do sistema nervoso central”
Em relação a captação da água da Caer, Vladimir afirmou que se não tiver cuidado a agua pode ser contaminada por mercúrio.
“É preciso se fazer uma analise dos contaminantes existentes na agua e é possível que se a concentração do mercúrio for muito alta ela passa pelo sistema de captação.”
O professor explicou que foi criado na UFRR dentro do Programa ProfAgua, um laboratório para desenvolver várias pesquisas.
“Entre elas tem uma pesquisa sobre a contaminação do mercúrio na água. É um programa em rede e temos tratativa com outra universidade que tem laboratório só para análise de mercúrio e temos parceria com outros pesquisadores do Brasil para falar desse assunto. Temos um estudo muito detalhado da CPRM e a Fundação Oswaldo Cruz que deve sair a qualquer momento. Eles tem varias estacoes de coleta e análise periódicas em nossos rios e vamos ter um quadro real da contaminação dos nossos rios”