Cotidiano

Novo bispo envia mensagem para roraimenses

Franciscano, com pós-graduação em Teologia Bíblica em Jerusalém, o novo bispo tem amplo conhecimento sobre a tragédia do Povo Yanomami.

O novo bispo de Roraima Dom Evaristo Pascoal Spengler, enviou uma mensagem à Diocese e aos católicos roraimenses sobre sua nomeação para Roraima.
Splenger que estava há 4 anos no Marajó, foi eleito ano passado como presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil). e também preside a Comissão Especial Pastoral para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB.

Franciscano, ele disse que a nomeação como bispo da Diocese de Roraima foi inesperada, pois não imaginava sair do Marajó neste momento. 

“Estou há apenas seis anos na Prelazia do Marajó e me encantei com a fé do povo simples e com os grandes apelos missionários destas terras e águas Marajoaras. Por outro lado, o Marajó foi minha porta de entrada para a Amazônia com suas belezas e seus encantos, mas também seus dramas, seus desafios sociais e evangelizadores, e me fez descobrir a abertura missionária para toda a querida Amazônia, e a importância da Amazônia para a Igreja e para o mundo”

Com pós-graduação em Teologia Bíblica pelo Studium Biblicum Franciscanum, em Jerusalém, o novo bispo tem amplo conhecimento sobre a tragédia humanitária que enfrenta o Povo Yanomami.

‘A tragédia foi provocada pelo garimpo ilegal, pelo desmatamento, pela poluição das águas, sinais da perversidade provocada pela ausência de políticas públicas e pela negligência planejada com os modos de vida e com a cultura dos povos indígenas”

A presidência do Regional Norte1 da CNBB animou o novo Bispo da Diocese de Roraima a que “não tenha medo, a missão que o espera é exigente e desafiadora, mas o Senhor que o chama, também o acompanhará sempre com a sua graça e a força do seu Espírito. Pode estar certo de que contará sempre com a acolhida fraterna, a solidariedade permanente e as preces constantes de seus irmãos no ministério episcopal”, o que foi respondido pelo bispo.

“Recebi a nomeação do Papa Francisco com muita disponibilidade e abertura de coração para acolher a nova realidade e seus desafios como um apelo de Deus. A Diocese já teve quatro bispos. Agradeço a eles e a todos os que desde o início contribuíram no trabalho evangelizador, porque chego em uma Igreja adulta e experiente. Vou com espírito franciscano, na certeza de que em Roraima “o Senhor me dá irmãos”. Os irmãos são sempre um dom, um presente de Deus. Nós não os escolhemos, os acolhemos e amamos. Tenho consciência dos desafios na nova missão que me é confiada, pela complexidade da realidade que envolve fronteiras internacionais, povos indígenas, migração, garimpo ilegal, violência, conflito de terras e territórios e o desafio da evangelização nessa realidade. Por outro lado, também sei que a Igreja local é missionária, servidora e profética”, disse o novo bispo.

Para ele, a acolhida e o serviço prestado pela Diocese aos migrantes venezuelanos, no período mais forte da migração, é o reflexo do que lhe aguarda no estado.

“É uma Igreja que pauta as suas opções iluminada pelo Evangelho e não por aplausos ou críticas. É uma Igreja que tem clareza da sua opção de estar ao lado dos povos indígenas, migrantes e vulneráveis. Sei que sempre há novos desafios, um deles é a tragédia humanitária que enfrenta o povo Yanomami, um escândalo da sociedade brasileira com repercussões internacionais. Quero somar com todos os de boa vontade, no esforço do resgate pelo respeito e dignidade deste povo, que vive a paixão de Cristo diante dos nossos olhos. Quero estar ao lado e apoiar a todos aqueles que defendem a vida, promovem a paz, e desenvolvem o cuidado da Casa Comum. Sei que onde quer que sejamos enviados, nossa única segurança é a presença do Deus que nos chama e nos envia através do seu Filho Jesus Cristo. Meu lema de ordenação episcopal também não permite que eu me acomode. Quero renovar a cada dia a resposta ao mandato do mestre aos apóstolos na Galiléia, e a todos os seus discípulos ao longo dos séculos: “Avança para Águas Profundas”, concluiu Dom Evaristo Pascoal Spengler.