Quantas vezes você se sentiu obrigado a fazer favores ou a aceitar algumas situações por não conseguir dizer “não” às outras pessoas? Não tem nada de errado em ser uma pessoa prestativa e dizer “sim” às vezes. O problema é quando isso acontece com muita frequência e você passa a negligenciar seus próprios desejos em prol de outras pessoas.
Dizer “não”, causa, de certa forma, constrangimento, já que as pessoas imaginam que estão sendo mal educadas ou que não desejam cooperar. Por isso, muitos resolvem optar pelo “talvez”, “quem sabe” ou “vou ver”, já que estas frases possuem um impacto menor.
A psicóloga Larissa Freitas, especializada em terapia cognitiva comportamental, explica que existem vários fatores emocionais, conscientes e inconscientes por trás desse tema. “As pessoas que se recusam a fazer uso da palavra “não” geralmente sentem muito medo de desagradar o outro e, por isso, se martirizam para evitar desconfortos nas relações”.
Para a profissional, além de ser desgastante, isso traz prejuízos, tanto para quem fala -pois acaba fugindo de situações que precisam ser enfrentadas-, quanto para quem ouve -já que esta pessoa irá ter sempre sua vontade feita, o que em um mundo real é quase impossível de acontecer-.
“Dependendo de como é a nossa autoestima, nos privar de dizer “não”, pode provocar sentimentos desagradáveis, como culpa e pena”, disse.
Umas das principais consequência de não conseguir dizer “não”, são as sobrecargas físicas e emocionais, ansiedade, fuga de situações, raiva de si mesmo e dos outros, além de afetar os relacionamentos..
Para Larissa, quem só sabe falar “sim” apresenta grandes dificuldades de impor limites e acaba se atolando de atividades e tarefas sem necessidade, o que pode gerar estresse e fadiga. “Dizer “não” está ligado a impor limites e respeito, e quando isso não é imposto, as outras pessoas tendem a passar por cima e se aproveitar da situação”, concluiu.