Com o bloqueio aéreo e o reforço no monitoramento da Terra Indígena Yanomami, garimpeiros se veem obrigados a deixar a região. Em vídeos compartilhados nas redes sociais, os relatos são de caminhadas de 30 dias e barcos lotados para deixar a região.
Maior reserva indígena do país, a Terra Yanomami possui cerca de 10 milhões de hectares distribuídos entre os estados de Roraima e Amazonas. São ao menos 371 comunidades e quase 30 mil indígenas. A exploração ilegal de minérios na região é apontada como um dos principais fatores da crise sanitária e humanitária que assola o território.
Na segunda-feira (30), o presidente Lula autorizou a Força Aérea a controlar o espaço aéreo da Terra Yanomami, enquanto durar a Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN). Helicópteros e aviões de pequeno porte são os principais meios usados na logística e transporte de pessoas para a região de garimpo.
Um grupo de mulheres divulgou um vídeo e uma delas pede que acionem o “recursos humanos”. “Não estão resgatando ninguém, a gente está preso aqui”, afirma. Elas relataram ainda a cobrança de R$ 15 mil para deixar o local e que por serem mulheres, “não vão conseguir” andar por 30 dias. Na gravação não é informado em qual região estão.
Ao assinar o decreto para mobilizar forças federais em uma missão de desintrusão dos garimpeiros, Lula disse em coletiva na última segunda-feira que o governo federal vai “tomar todas as atitudes para acabar com o garimpo ilegal, tirar os garimpeiros de lá, e vamos cuidar do povo yanomami, que precisa ser tratado com respeito”.
Jailson Mesquita, que é o articulador político do Movimento em Roraima., declarou em entrevista à FolhaBV que é “um exagero” o uso das Força Armadas. Ele afirmou ainda que o Movimento tem orientado os garimpeiros a deixarem o território de forma pacífica.