Para quem gosta de curtir o Carnaval, é essencial vestir algo que se sinta confortável. Portanto, os abadás que são entregues de forma simples se tornam ferramentas para expressar o estilo e a personalidade de cada um. E as mãos responsáveis por essas transformações, são das tradicionais costureiras.
As customizações de abadá movimentam uma renda extra para quem vive da costura, como Francisca Moreira, costureira há mais de 15 anos e mais conhecida como ‘Tcheska’, que conta que o Carnaval abre muitas portas para novos clientes e também para o autoaperfeiçoamento.
“Essa época de carnaval está sendo muito gratificante para mim. Amo a alta-costura e a customização, fiz diversos cursos e quando encontramos algo assim, buscamos nos aprimorar e aperfeiçoar”, conta.
Francisca ressalta que para ela, Carnaval é uma data para brincar de maneira saudável, respeitar o espaço do próximo e viver a vida, colecionando boas histórias para contar.
“Seja em blocos na rua ou até mesmo em casa, naquela reunião com as crianças e o vovô, para relembrar o tempo das marchinhas, O importante é cuidar da nossa segurança, brilhar, soltar suas energias, chorar e brincar muito. Na costura também é assim, temos que ter o amor e a dedicação no que fazemos para atender a todos da melhor forma”, pontua.
Para ela, as épocas mais movimentadas são as de festas juninas, carnaval, e festas de formatura durante o final do ano, que movimentam o ateliê e garantem uma renda maior. Ela explica que anualmente, as tendências mudam e para esse ano, o brilho está em alta.
“Brilho e a ousadia de mostrar são as tendências, as pessoas estão dando mais valor à saúde, malhando, mudando a alimentação, incentivando as amigas, então elas se sentem mais confortáveis para ousar”, disse Tcheska.
Sobre seu início na costura, ela conta que passou a costurar escondida durante a madrugada na máquina de costura da mãe, pois tinha o interesse em se vestir como as demais meninas da idade, mas não tinha condições de comprar aquelas roupas.
“Eu customizava minhas roupas para trabalhar e assim fui melhorando. Aos 16 anos, ganhei minha primeira máquina de costura e quando tive minha filha, fazia roupas para ela, para as bonecas, logo, comecei a pegar encomendas e assim, me profissionalizei no ramo”, conta ela, emocionada ao relembrar a adolescência.
Além disso, a customização de abadás também garante uma renda para as mulheres da Associação de Costureiras, localizada no bairro 13 de setembro que, em grande maioria, já trabalham no local há mais de trinta anos.
Jacinta Alves, mais conhecida como ‘Mocinha’ falou sobre a importância das encomendas, e que com 51 anos de costura, tem nas linhas e agulhas sua única forma de renda. “Eles gostam e retornam sempre, transformamos as mais diversas peças”, conta.