A reportagem da Folha decidiu esclarecer, numa linguagem mais clara e objetiva, o que é o Novo Ensino Médio e como ele se apresenta para ser aplicado nas escolas públicas de Roraima e de todo o país a partir deste ano. Mesmo sabendo de todas as discussões e implicações do novo modelo, inclusive, que um grupo de profissionais da educação pede a revogação, ou seja, que ele deixe de existir, nossa intenção é dar lucidez aos que querem saber, basicamente, como está organizado o novo programa.
O primeiro ponto a ser destacado é que todas as disciplinas tradicionais agora estarão sendo ofertadas em quatro áreas de conhecimento. Por exemplo, as disciplinas de Filosofia, Sociologia, Geografia e História, agora compõem o bloco das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas; Biologia, Física e Química, passaram a compor o bloco das Ciências da Natureza e suas Tecnologias; Artes, Educação Física, Língua Inglesa e Língua Portuguesa, estão de Linguagens e suas Tecnologias e, por último, Matemática, que está sozinha no bloco de Matemática e suas Tecnologias.
A partir de agora, os alunos irão estudar as disciplinas de todos os blocos, mas, terão a liberdade de escolher um deles para se aprofundar, por meio de itinerários que são, na verdade, os cursos profissionalizantes ou técnicos, todos focados em objetivos pessoais e profissionais. Além disso, foi criado o “projeto de vida”, no qual os estudantes poderão entender as vocações e aspirações profissionais que pretendem seguir no futuro. “O projeto de vida” será mais uma disciplina ofertada aos alunos, especificamente no 1º ano do ensino médio.
Ao todo, serão 3 mil horas-aula durante os três anos de novo ensino médio, divididos da seguinte forma: 1.200 horas-aula para cursos profissionalizantes e técnicos e mais 1.800 horas-aula de disciplinas que compõe os quatro blocos de áreas de conhecimento que citamos acima. Língua Portuguesa e Matemática seguem como obrigatórias, mas, agora, a lei não determina a carga-horária das disciplinas. A única exigência é que sempre estejam presentes e como prioridade nas salas de aula.
Esse novo tipo de formação está, claramente, voltada para o mercado de trabalho. A proposta é que, até 2024, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) esteja adequado ao novo modelo de ensino.