O deputado federal Duda Ramos (MDB) afirmou que não pode ser lugar de divisão o trabalho de senadores e deputados de Roraima na Comissão Temporária Externa que acompanha, presencialmente, a situação dos indígenas yanomami e a saída dos garimpeiros de suas terras, em Roraima.
Duda ressaltou que, durante toda a campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu os fins do extremismo e do radicalismo políticos, e que esse discurso continua sendo mantido pelo governo federal.
“Somos de Roraima e conhecemos nossa realidade. Lula que ganhou a eleição dignamente nas urnas, trouxe o discurso de que não podemos dividir o País, por isso, não se pode deixar que a comissão seja lugar de divisão, pois nossa função enquanto políticos eleitos é resolver o problema. Não podemos ter no Congresso a mesma divisão que há em Roraima”, disse.
Ramos elogiou a atuação do governo federal em apoio aos yanomami e disse que eles estão fazendo um trabalho digno que também deve ser voltado a ajudar os garimpeiros que querem sair do lugar.
“Não estamos colocando nossos irmãos yanomami de lado de forma alguma e acreditamos que eles merecem a devida atenção que recebem do governo federal, que está fazendo um trabalho admirável. Mas também sabemos a realidade em que hoje vivem mais de 20 mil trabalhadores do garimpo, que são brasileiros e nossos irmãos, e precisam da ajuda do governo para sair de lá”, afirmou.
O deputado federal afirmou ainda que a grande maioria dos trabalhadores de garimpo estavam na região foi por conta da necessidade. “Eles estavam buscando o pão de cada dia e muitos podem achar e pensar que não justifica, pelo fato deles irem ao garimpo sendo algo ilegal, mas considero desumano cruzarmos os braços para o que acontece em Roraima por conta da situação desses 20 mil trabalhadores do garimpo que são olhados exclusivamente como bandidos e não são. São trabalhadores, mães e pais de família que trabalham buscando o pão de cada dia pois quem patrocina e quem ganha o dinheiro não está mais lá”, disse.
Duda voltou, ainda, a defender que o governo federal promova compensações a Roraima devido à crise econômica que o estado irá enfrentar com o fim do garimpo, setor que atinge direta e indiretamente mais de 50 mil pessoas.