Cotidiano

Sinter apresenta contraproposta e pede CPI

Depois de entregar documento ao Palácio do Governo, grevistas protocolaram pedido da CPI do Fundeb na Assembleia Legislativa

Os professores grevistas da rede estadual de ensino reuniram-se, na tarde de ontem, para votar, em assembleia extraordinária, uma contraproposta feita ao Governo do Estado a partir do que foi apresentado à categoria na última negociação, na semana passada. Eles decidiram pela aprovação do documento, que foi protocolado por volta das 17h desta segunda-feira no Palácio Senador Hélio Campos. Agora o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Roraima (Sinter) aguarda apreciação por parte da administração estadual para possível negociação.

Em seguida, eles se dirigiram à Assembleia Legislativa para formalizar, no protocolo da Casa, o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar possíveis irregularidades nos recursos do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).

Conforme o presidente do Sinter, Ornildo Roberto, o movimento grevista não tem previsão para chegar ao fim, a menos que a contraproposta feita pelos professores seja aceita pelo governo. Ele comentou sobre a contraproposta. “Não mudou quase nada. Apenas algumas adaptações, correções e pequenas mudanças. A gente espera que o governo possa analisar nossas propostas profundamente e que realmente tenha um pouquinho de bom senso, porque, caso o governo tenha vontade política, dá para atender grande parte dessas nossas propostas”, disse.

Segundo ele, algumas solicitações que compõem a pauta de reivindicações podem ser atendidas de forma imediata e outras depois que a comissão iniciar um estudo sobre as inconsistências da Lei 892, que trata do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR), que demanda mais tempo.

“Penso que dá para ele [governo] nos atender, porque dinheiro nós sabemos que existe, o que falta realmente é propiciar valorização para os trabalhadores em educação. E isso só depende de boa vontade”, reforçou o presidente do Sinter.

Com o movimento de greve na quarta semana, os profissionais esperam que uma resposta seja dada pela governadora Suely Campos (PP) nos próximos dias, quando uma nova convocação de assembleia deve ser feita. “É lógico que o governo tem que ter agilidade, tem que analisar o documento o mais rápido possível para que possa dar uma resposta à categoria daquilo que evidentemente possa nos atender de forma imediata. Se for ágil, até quarta-feira pela manhã teremos uma resposta”, enfatizou a professora Maria Pereira.

CPI – Os manifestantes entregaram ofício que foi protocolado para conhecimento dos deputados estaduais, na ALE-RR, com o objetivo de solicitar que uma investigação detalhada dos recursos aplicados na Educação seja feita com urgência.

“Nós estamos entregando um ofício solicitando à Assembleia Legislativa a fiscalização nas contas do Fundeb. Nossos colegas se debruçaram em cima de documentos publicados pelo próprio governo, extratos do Banco do Brasil e valores expostos no Diário Oficial do Estado, onde os números que a administração recebeu em valores não estão coadunando com os números que o governo tem emitido para os profissionais de educação. Portanto, nós queremos realmente fazer com que os deputados possam analisar os documentos que já entregamos e cobre uma explicação sobre os indícios de irregularidade”, frisou Ornildo Roberto.