Cotidiano

Anatel anuncia desativação de orelhões

Serão desativados 538 mil orelhões dos 950 mil existentes no país, que representam 65% dos equipamentos públicos

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou que irá desativar 538 mil Telefones de Uso Público (TUP), conhecidos como orelhões, em todo o país. O número representa cerca de 65% dos 950 mil equipamentos ainda existentes, porém em processo de esquecimento por parte da população.

Segundo a operadora Oi, responsável pela manutenção dos orelhões em Roraima, o Estado possui cerca de 2,2 mil aparelhos instalados, dos quais dos mil estão disponíveis para uso, 1,9 mil funcionam 24 horas por dia, 229 estão em manutenção e apenas 37 adaptados para cadeirantes ou deficientes auditivos.

A empresa esclareceu que, em todo o território nacional, a instalação de terminais de uso público e individuais atende às disposições constantes no Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU) – Decreto Presidencial n° 7512, de 30 de junho de 2011.

A operadora informou que investe constantemente em estudos de sua planta telefônica e, se for verificada ociosidade de alguns telefones públicos, eles podem ser transferidos para áreas de maior demanda, sempre respeitando a regulamentação da Anatel.

A companhia acrescenta que a migração do consumo de voz fixa (acesso individual ou telefone público) para voz móvel faz parte da evolução da telefonia em todo o mundo. Com a queda no consumo nos orelhões, hoje apenas 0,5% da planta de telefones públicos da Oi gera receita suficiente para o pagamento do seu próprio custo de manutenção. Devido a sua pouca atratividade, hoje cerca de 48% dos orelhões da Oi não geram chamadas tarifadas e cerca de 38% não são sequer utilizados.

CARTÕES – Depredados e esquecidos, os telefones públicos, famosos orelhões, são uma espécie em extinção. Sequer se encontra mais cartão para eles, que agora fazem ligações gratuitas para telefones fixo.

A Folha foi até alguns comércios da Capital, localizados nas zonas Norte e Oeste. O comerciante João Pinto relatou que o desuso do equipamento foi o principal motivo para ter deixado de vender cartões telefônicos. “Dificilmente se vê alguém usando orelhão. Eu comprava alguns cartões para revender, mas passava meses com eles, então decidi deixar de lado”, disse.

Outro comerciante afirmou que, de forma rara, ainda consegue vender cartões para usuários em situações de necessidades. “Ás vezes alguém esquece o celular em casa, ou não têm o aparelho, e compram o cartão para ligar, mas dificilmente acontece”, frisou Raimundo Pereira. (L.G.C)