A Polícia Civil de Roraima soltou seis homens com idades de 22 a 50 anos, presos pela suspeita de envolvimento no ataque à base do Ibama, na Terra Indígena Yanomami, na madrugada de quinta-feira (23), e arquivou o caso. Naquele mesmo dia, eles foram detidos por policiais militares às margens do rio Uraricoera, em uma região de garimpo na Terra Indígena Yanomami, por estarem com um quadriciclo vermelho semelhante ao visto por agentes federais durante a troca de tiros.
O espaço atacado serve para barrar a entrada de embarcações clandestinas no território e completou apenas duas semanas de funcionamento. Conforme o Ibama, garimpeiros armados furaram o bloqueio montado no rio atiraram contra agentes do órgão que abordaram uma das embarcações. Os fiscais revidaram. No tiroteio, um dos garimpeiros ficou ferido, foi detido pela PF (Polícia Federal) e esteve internado até a noite de quinta-feira.
Em nota, o delegado plantonista da Central de Flagrantes), Francisco Evangelista de Araújo, revelou ter conversado com o comandante da guarnição da PM no dia da prisão e esclarecido que não havia provas para manter os suspeitos na cadeia.
O delegado esclareceu ainda que, com os homens, não foram apreendidas armas, nem munições e tampouco qualquer objeto relacionado ao garimpo, apenas um motor náutico e um motociclo. Outra observação feita é de que os homens não foram apontados como os autores dos disparos e nem foram apresentadas testemunhas que os reconhecessem como os autores do delito.
Sobre o motociclo, Araújo observou que, embora seja parecido com o visto no crime, não significa que seja o mesmo equipamento usado pelo grupo que atacou os servidores públicos. Ele afirmou ainda que não tem como manter pessoas presas sem provas, sem elemento algum que justifique um auto de prisão em flagrante, o que contraria totalmente a legislação.
Os homens foram ouvidos e liberados por falta de provas, tiveram os bens restituídos, como o veículo Toyota Hilux e o quadriciclo Yamaha 200.
Após o crime, o governo federal decidiu enviar novos grupamentos da PF e da Força Nacional para reforçar as operações de repressão ao crime dentro do território indígena.