Cotidiano

A explicação do DNIT ao MPF sobre as péssimas condições da BR-174 no AM

Trecho tem sido alvo de constantes críticas de caminhoneiros e empresários do setor de transportes nos últimos dias, principalmente após atoleiros provocarem o bloqueio total da rodovia na terça-feira (28)

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) precisou explicar ao Ministério Público Federal (MPF) o que está sendo feito para amenizar as péssimas condições de trafegabilidade na rodovia BR-174, especialmente o que fica dentro da Terra Indígena Waimiri-Atroari, na divisa do Amazonas com Roraima.

Investigada pelo órgão por conta da situação, a autarquia federal disse que há um contrato emergencial de R$ 47,8 milhões para serviços de recuperação no trecho de 25,2 quilômetros, que cobre o igarapé dos Veados ao rio Alalaú, na divisa entre os estados.

O vínculo foi assinado com a empresa de engenharia em 28 de dezembro passado e a manutenção foi autorizada a começar no dia seguinte. A validade contratual é de um ano. O saldo do empenho atual para executar o projeto é de R$ 20,8 milhões.

O DNIT prestou informações técnicas sobre os principais serviços executados, em execução ou a serem executados, dos quais são:

  • Enrocamento de pedra espalhada e compactada mecanicamente;
  • Base ou sub-base de brita graduada;
  • Reciclagem com incorporação do revestimento asfáltico à base com adição de 3% de cimento e brita;
  • Lastro de brita com espalhamento mecânico;
  • Imprimação com asfalto diluído;
  • Pintura de ligação;
  • Concreto asfáltico faixa C;
  • Escavação mecânica de vala em material de primeira categoria;
  • Tubo PEAD para drenagem d=2 metros;
  • Boca de BDTC d=1,50 metro;
  • Reaterro e compactação;
  • Contenção em solo-cimento ensacado com mistura de solo de jazida com 8% de cimento;
  • Pintura de faixa com tinta acrílica e=3 milímetros.

O departamento conclui o documento de 27 de fevereiro de 2023 ressaltando a importância e a necessidade urgente de realizar levantamentos e estudos técnicos para elaborar projetos básico e executivo de engenharia, para a executar obras de restauração da rodovia, no trecho entre Manaus e a divisa com Roraima, “em razão da vida útil e das condições em que se encontram a base e o revestimento asfáltico, considerando ainda, que as obras de restauração foram executadas nesse trecho a aproximadamente 12 anos atrás”.

Críticas

O trecho tem sido alvo de constantes críticas de caminhoneiros e empresários do setor de transportes nos últimos dias, principalmente após atoleiros provocarem o bloqueio total da rodovia nessa terça-feira (28). Por conta disso, sindicatos cogitam paralisação como forma de chamar a atenção das autoridades.

Quando questionada pela Folha sobre os atoleiros que provocaram o bloqueio, o DNIT ressaltou que “devido ao período de chuvas diárias e intensas, os serviços estão prejudicados no local”.

Na segunda-feira (27), durante reunião com parlamentares federais de Roraima, o ministro dos Transportes, Renan Filho, assegurou investimento de R$ 308 milhões para recuperar e manter rodovias do Estado, como a BR-174 – neste caso, nos trechos dentro da reserva indígena e no sentido Pacaraima.

*Por Lucas Luckezie