Esporte

Você sabia? Roraima tem apenas uma mulher dirigente no futsal e no futebol

Daiana Lima e Adelaide Marcolino têm em comum a curta carreira com o domínio da bola e a preferência pela gestão

Nesta quarta-feira (8), o mundo comemora o Dia Internacional da Mulher. Em Roraima, duas mulheres se destacam como as únicas dirigentes de clubes do futsal e do futebol, modalidades ainda majoritamente masculinas. Ambas têm em comum a curta carreira com o domínio da bola e a preferência pela gestão.

No esporte da bola pesada, Daiana Lima, de 40 anos, acumula duas funções: a técnica do Independente – desde 2005 -, e a de presidente do clube – desde 2014. Como jogadora, ela atuou no time feminino do Constelação por três anos e no próprio clube alviverde por apenas uma temporada.


A técnica Daiana Lima em ação em jogo do Independente (Foto: BV Esportes)

Daiana é responsável por todos os títulos desde que assumiu. Os últimos foram os das categorias adultas masculinas da Taça Cidade de Boa Vista e do Campeonato Roraimense de 2022, e da Supertaça de 2023. A competência resultou no reconhecimento de seu trabalho. “Adquiri durante esse tempo o respeito dos atletas. Então, pra mim, é bastante satisfatório e desafiador”, disse.

Apesar disso, ela afirma que o machismo ainda é uma realidade quando se trata de autoridade. “Eu falo como mulher. Aí vem um homem falar a mesma coisa e aquilo que ele falou é mais aceito. Inclusive, é um dos temas que eu trabalho com os meninos: eles aceitarem o modo como eu trabalho, trazendo a questão tática e técnica”, declarou

O futebol roraimense, por sua vez, tem a presidente do River, Adelaide Marcolino Peixoto de Oliveira, como a única mulher à frente de um clube. Aos 83 anos, ela diz sentir menos a pressão masculina. “Me sinto honrada. Meus amigos no futebol, apesar de existir mais homens e eu ser a única mulher, me respeitam, me ajudam, tudo compartilham comigo. Isso é muito gratificante pra gente”, explicou ela, que comanda o Verdão da Aparecida desde 2004, mas que exerce influência nos bastidores do time desde 1975.


Adelaide Marcolino durante chegada à eleição da Federação Roraimense de Futebol (Foto: Lucas Luckezie/FolhaBV)

Se Daiana Lima teve uma carreira curta como jogadora, a de Adelaide foi “relâmpago”: a dirigente conta que, na década de 1980, foi goleira por apenas uma semana em uma competição amadora pelo River.

Recém-curada de um câncer de pele que afetou a face, ela será submetida a uma cirurgia de correção do rosto em pleno Dia da Mulher. “É a chance de cuidarem ainda melhor de mim (risos)”, disse ela, que por conta disso, não verá a estreia do River no Campeonato Roraimense, diante do atual heptacampeão São Raimundo no próximo domingo (12), após 15 anos sem o Verdão participar do Estadual.

Para este 8 de Março, ela deixa uma mensagem para a mulherada: “Esperamos que essas mulheres botem a mão no coração e abençoem todo mundo. Hoje em dia, temos que abraçar o mundo com alegria, com vontade de levar a vida pra frente, e aprender a vencer, a trabalhar e a amar”.

*Por Lucas Luckezie