Tintas, rolos e lixadeiras fazem parte da rotina da pintora Luciane Magalhães, há pouco mais de 13 anos. Hoje, com presença respeitada no setor, a roraimense de 29 anos, viveu um início diferente da atualidade, mas mostrou que a pintura imobiliária também é coisa de mulher.
“Muitas portas se fecharam. Foram poucos que me deram oportunidade, porque me viam e “ah, é mulher. É nova. O que ela vai saber fazer? Será que ela sabe pintar mesmo?”. Então, ficava aquela dúvida, aquele receio. Eu via no olhar das pessoas que tinha, sim, um certo receio. Pois por mais que eu fosse nova, se eu fosse um garoto, a aceitação seria melhor. Mas, como era uma mulher, era bem difícil pedir trabalho para os outros. Algumas pessoas me deram oportunidade de poder evoluir na pintura”.
“A trajetória de Luciane começou com um convite de um amigo, que pediu ajuda em um serviço. Foi ali que ela viu o caminho que queria seguir.
“Eu achei interessante porque eu ia ter minha renda, meu dinheiro. Eu sempre gostei de ter o meu dinheiro, de ter as minhas coisas, desde muito nova. […] Gostei de trabalhar na área e desde então, segui na pintura. Já tem uns 13 anos mais ou menos de pintura imobiliária e hoje atuando com efeitos decorativos. Especialidade cimento queimado na cidade, que dá um retorno bem melhor, em relação a dinheiro”, conta.
A pintora relembra o período que ia de obra em obra pedir uma oportunidade, após encerrar a parceria com o amigo que fez o primeiro convite. Apesar do receio pela idade e discriminação por ser uma mulher trabalhando na área, ela mostrou que é capaz e profissional.
“Foi com o passar do tempo que fui adquirindo um certo respeito pelos outros profissionais. Porque eu já estava qualificada, então, era outro olhar: “Ah, nossa, ela sabe emassar, ela sabe realmente pintar. Pinta muito bem”. Eu fui ficando muito boa, me tornando realmente uma profissional. No início, era bem ruim conseguir trabalho. Não sabia muita coisa também, então, era mais difícil das pessoas terem paciência de me ensinar. Até hoje é difícil essa relação de um profissional com um ajudante, de pegar uma pessoa e ensinar. Não é todo mundo que tem essa paciência”, salienta.
Nesta quarta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, o principal recado de Luciane é não desistir.
“Não é fácil. No início, é muito difícil, tem muita discriminação, principalmente na área da construção civil. Mas, quem quer trabalhar, ter seu dinheiro, ser independente, batalhe, lute, não desista. No final, será recompensador. Tanto profissionalmente como financeiramente, é muito gratificante”, disse.
Para contratar os serviços de Luciane e conferir alguns de seus trabalhos, basta acessar o perfil @lupintura no Instagram.