Conselheiros tutelares de Rorainópolis e servidores de apoio denunciaram, nesta quinta-feira, 16, os atrasos salariais por parte da prefeitura municipal. Há dois dias, o órgão de proteção a crianças e adolescentes já havia publicado uma nota de repúdio na qual reforça que as pendências são recorrentes desde 2020.
“Esclarecemos que há servidores que há quatro meses não recebem seus salários” e que ocorrências desta natureza tornaram-se frequentes ao longos dos últimos três anos. “É evidente o insulto que a Prefeitura de Rorainópolis pratica a um dos princípios constitucionais, o da dignidade da pessoa humana. Sabemos que sem salário do trabalho realizado, o cidadão fica impossibilitado de prover o sustento e cumprir com as obrigações do lar”, reforçou a nota de repúdio.
Por fim, os servidores enfatizaram a indignação e se colocaram à disposição da sociedade para continuar zelando pelos direitos de crianças e adolescentes do município, de maneira ininterrupta.
A reportagem da Folha conversou com o conselheiro tutelar Joselio Santos. Ele destacou que há uma distinção entre os atrasos de salário, uma vez que os conselheiros estavam com dois pagamentos pendentes e os servidores de apoio já estavam há quatro meses sem receber, mas que até mesmo os conselheiros já ficaram quatro meses sem os proventos. “Ultimamente, quando completa dois meses, ele [prefeito] paga um e a gente vai levando. Quem está com o salário mais atrasado são os servidores de apoio que estavam com quatro meses de atraso. Ele pagou um mês e tem três pendentes”, explicou.
Joselio ressaltou ainda que as consequências do atraso no pagamento dos salários geram acúmulo de contas, inclusive de energia elétrica, que acarreta no aviso de corte e, em casos extremos, alguns servidores estão sem alimento. “Falta o básico porque não têm como pagar as contas e se alimentar. O salário é pouco, atrasa quatro ou cinco meses, e eles não têm outra renda”, frisou.
Em resposta à FolhaBV, o prefeito Leandro Pereira disse que pagou um mês de salário aos conselheiros tutelares municipais e que tem menos de 15 dias de atraso referente ao vencimento do mês de fevereiro, tendo em vista que a legislação municipal condiciona os pagamentos até o quinto dia útil. Ele negou que a Prefeitura tenha uma dívida de quatro meses de atraso nos salários.