A deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) revelou nesta quarta-feira (29) ter sugerido ao governo federal para que a superintendência regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT-RR) assuma a gestão do lado amazonense da rodovia BR-174. Segundo ela, a via é mais importante para Roraima que para o Estado vizinho, por ser a única ligação terrestre local com o restante do País.
“A gente tá propondo que toda a BR-174 fique com Roraima para gerenciar, inclusive o lado do Amazonas, porque ele não tem tanto interesse na BR-174 igual a nós de Roraima temos. Eles dormem no ponto, não se importam muito com a manutenção, estão deixando a estrada ficar intrafegável. Isso é ruim pra nós que dependemos totalmente dessa BR”, declarou.
No início do mês, a Folha mostrou que a falta de manutenção, sobretudo no trecho amazonense da Terra Indígena Waimiri Atroari, chegou ao auge, com, pelo menos, dois atolamentos de veículos que paralisaram a rodovia federal por horas. Em um trajeto de 40 quilômetros, a viagem que era para durar menos de uma hora mais que triplicou. A reportagem culminou num movimento político local que pressionou o DNIT a acelerar os serviços na região.
A parlamentar revelou à Folha que, em Roraima, a autarquia federal já iniciou o processo de contratação de empresas de engenharia para trechos da BR ainda sem contratos de manutenção.
Na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, Helena apresentou, em conjunto com o deputado Duda Ramos (MDB), um requerimento para convidar o ministro dos Transportes, Renan Filho, o diretor-geral do DNIT, Fabrício Galvão, e os superintendentes do DNIT, Arlene Lamego (Roraima) e Luciano Filho (Amazonas) para audiência pública para que a autarquia apresente um plano de ação para 2023 e esclarecimentos sobre a situação da rodovia. O pedido foi aprovado e a reunião deve ser realizada em abril.
Altos preços das passagens aéreas
Outro pedido apresentado pelos deputados de Roraima e aprovado no colegiado foi para realizar uma audiência pública com o intuito de discutir a escassez de voos para o Norte e o alto custo dos bilhetes aéreos para a região, sobretudo, para Roraima. Para o encontro, serão convidados representantes da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), dos ministérios da Fazenda, dos Portos e Aeroportos, do Turismo e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Segundo Helena da Asatur, esse contexto prejudica áreas como o turismo. “Pessoas que poderiam ir pra Boa Vista, muitas vezes acabam indo para Manaus porque não tem voo para a capital”, disse. “Prejudica a economia do Estado, as pessoas doentes que precisam sair pra fazer tratamento fora e não conseguem voo, os voos vão lotados e acaba não se conseguindo mais poltronas para comprar. Além da passagem ser cara, tem a questão dos horários, que são só de madrugada”, completou.
*Por Lucas Luckezie