A má qualidade e os vários rompimentos de fibra óptica em Roraima foram debatidos na Câmara Municipal de Boa Vista, nesta quarta-feira (29). Os representantes de telefonia móvel e provedores de comunicação estiveram presentes, além dos fiscalizadores de defesa ao consumidor.
A audiência pública foi organizada devido a constância de problemas quanto ao fornecimento de internet em Roraima. De acordo com o apresentado pelo Procon Assembleia, da casa Legislativa do estado, cerca de 71 ocorrências foram registradas nestes três primeiros meses de 2023 por problemas com a internet. Em 2022, o número foi de 300 a mais.
“Elaboramos um relatório. O número de reclamações dos consumidores é elevado se comparados aos anos anteriores. Em relação à internet, por mais que tenha as quedas de conexão e a má prestação de serviço, não tem muitas queixas em razão do desconto na fatura”, explicou Mileide Sobral, diretora da instituição.
Desde 2019, a temática é debatida pela casa devido ao grande número de reclamações e quase nada tem sido feito para solucionar o problema. Para o incentivador desta audiência, Genilson Costa, presidente da Câmara Municipal, a proposta foi ouvir os envolvidos no fornecimento do serviço.
“Vamos criar uma comissão e elaborar um relatório com os dados e depoimentos que será enviado aos órgãos competentes, para que esse problema de instabilidade da internet seja solucionado e a população de Roraima tenha um serviço de qualidade”, afirmou o vereador.
Apesar da proposta de debate ser para toda a população e instituições públicas e privadas, poucos apareceram para compor a oportunidade. Participaram da audiência pública os vereadores, representantes da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), empresas Tim, Claro e Vivo; Ministério das Cidades, um aplicativo de transporte, Procon da Assembleia Legislativa e a Associação Comercial de Roraima.
Conforme o gerente operacional da Anatel, Augusto Cézar, atualmente, apenas um cabo de fibra ótica interliga Boa Vista a Manaus. Somente três equipes fazem a manutenção em caso de rompimento.
O gerente informou que tem conhecimento do transtorno vivido pela população, mas que as soluções dependem do dos Governos federal e estadual. “Uma solução de médio prazo é um programa de integração Amazônia do governo federal, implantado no fim do ano passado, que prevê lançamento de seis Infovias para que se tenha uma internet de maior qualidade. De longo prazo, a possibilidade de ter uma rede via linhão de Tucuruí”, disse Cezar.