A suplementação de creatina é muito conhecida e utilizada por quem realiza exercícios físicos constantemente e busca estar em boa forma. No entanto, a ciência vem colhendo evidências de que a substância não contribui apenas para o aumento da capacidade muscular: ela melhora a saúde cerebral. O estudo “Creatine Supplementation and Brain Health”, publicado em 2021 no site de divulgação científica “MDPI”, se aprofunda no tema.
A importância para o cérebro
A base de tudo é o fato da creatina atuar no cérebro devido à enzima “creatina quinase (CK)”. A substância é absorvida pelas células musculares e neuronais, de modo que quanto maior a quantidade dela no organismo, maiores serão os níveis de ATP, a molécula responsável por levar a energia para os músculos e também para os neurônios. Dessa forma, é possível treinar com maior intensidade e energizar o sistema nervoso central.
Isso é muito importante para evitar o estabelecimento de baixos níveis de creatina no cérebro. A deficiência do elemento no organismo pode ser causada por situações geradoras de grande estresse como a falta de sono ou por situações biológicas e doenças crônicas como depressão, lesões cerebrais traumáticas leves, envelhecimento, falta de enzimas ou uma dieta insuficiente.
Efeito terapêutico para doenças e transtornos
A falta da creatina no cérebro está ligada a transtornos mentais e síndromes que afetam o desenvolvimento, como autismo, atraso de aprendizagem e retardo. Entretanto, a suplementação da substância tem se mostrado eficiente ao atuar na melhora destes quadros e de muitos outros. Ademais, além do suplemento, o elemento pode ser obtido por meio de uma dieta rica em proteínas de carne vermelha, frango, peixe, leite e ovos.
Outra atuação da creatina na saúde cerebral vem sendo descoberta pelos cientistas, apesar de ainda não ser totalmente comprovada. De acordo com o estudo, a substância pode ter efeito terapêutico em doenças neurodegenerativas. Isso se dá, porque o acoplamento dela com a molécula ATP atenua a formação de espécies reativas de hidrogênio (EROS) e age como um antioxidante direto e indireto.
Não existe ainda uma dose exata de creatina para ser definida como a ideal para o cérebro. Entretanto, as primeiras estimativas dos cientistas apontam para uma dosagem alta, de 20g/dia durante quatro semanas para a obtenção de benefícios cognitivos. Entre eles estão a melhora da memória, o aumento do QI e da cognição como um todo, além da atenuação dos sintomas de transtornos mentais citados acima.
Benefícios musculares
Por fim, vale ressaltar a importância da suplementação com creatina para produzir energia explosiva e aumentar a capacidade muscular para treinos de alta intensidade e otimizar a recuperação do tecido muscular após o esforço físico. Não obstante, o elemento leva água para as células musculares, contribuindo com a hidratação do corpo.