A Secretaria de Saúde (Sesau) emitiu nesta sexta-feira (31), um alerta após a notificação de três casos suspeitos de Difteria. Os pacientes são dois homens, sendo um deles indígena e, uma criança de três anos. Um quarto caso foi descartado.
A Difteria é uma doença causada por uma bactéria e transmissível, que atinge as amígdalas, faringe, laringe, nariz e, em alguns casos, outras partes do corpo, como pele e mucosas. Dependendo do tamanho e de onde as placas aparecerem, a pessoa pode sentir dificuldade de respirar. A vacina pentavalente é a principal forma de prevenção.
Conforme a Sesau, há informações de que cidades da Venezuela estariam enfrentando um surto da doença. Em 13 de março, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde recebeu os primeiros relatos da doença, em que três casos foram confirmados no município de Sifontes, no estado venezuelano de Bolívar.
Em Roraima, as notificações foram feitas no período de 21 a 29 de março. A Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) recomenda que os municípios roraimenses adotem ações para aumentar o rastreio de casos da doença, conforme o Guia de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e NOTA TÉCNICA/DVE/CGVS/SESAU Nº 02/2023, de 30 de março de 2023.
As medidas são:
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Aumentar a sensibilidade para identificar casos suspeitos;
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Notificação/Investigação Imediata dos casos suspeitos;
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Manejo clínico adequado dos casos suspeitos;
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Busca ativa seletiva de vacinação na área de residência, trabalho, escola, creche do caso suspeito;
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Busca ativa de outros casos suspeitos na área de residência, escola, creche e trabalho;
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Investigação dos comunicantes (coleta de material biológico, verificar situação vacinal e vacinar, se necessário, e realizar a quimioprofilaxia);
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Alerta aos estabelecimentos de saúde público e privados para levantamento de situação vacinal contra difteria dos profissionais de saúde que estão na linha de frente no atendimento à população, para a atualização da carteira de vacina.
Casos
1º CASO
O primeiro paciente relatado é um indígena Yanomami, que vive na comunidade indígena Ericó. Ele foi removido para a Casa de Saúde Indígena (Casai) Yanomami em Boa Vista, no dia 17 de fevereiro.
Foi relatado que paciente manifestou os primeiros sintomas (fraqueza e garganta inflamada com formação de placas de pus) no início de dezembro de 2022, e que o referido recebeu o reforço da vacina dT (Difteria e Tétano) no dia 21 de maio de 2015.
Informa ainda que no dia 21 de março deste ano, o paciente foi atendido no Pronto Atendimento do Hospital Geral de Roraima (HGR), ocasião em que foram constatadas lesões extensas no palato duro e mole, pseudomembranas, com piora do quadro há três dias, e linfonodos palpáveis em região cervical (edema ganglionar).
Diante das suspeitas de Difteria, o médico que fez o atendimento solicitou a realização de exame de SWAB e Biópsia, além de uso prévio de antibióticos. O paciente não apresentou dificuldades de deglutição, nem intenso aumento do pescoço (pescoço taurino)
Além disso, os exames gerais do paciente indicaram somente quadro de anemia e inflamatório. Mesmo o caso sendo descartado para a doença, houve a realização da coleta de amostra e envio para laboratório de referência.
2º CASO
O segundo caso suspeito é de uma criança de 3 anos, do sexo feminino, do estado de Bolívar, que passou por atendimento pelo Médicos sem Fronteiras na terça-feira (28).
Foi relatado que a paciente havia apresentado febre, dificuldade de deglutir alimentos e mal-estar geral, hiperemia de orofaringe com placas aderentes em pilares amigdalianos (poupando palato e base da língua). A referida possui cartão vacinal completo.
Diante dos sintomas apresentados, a paciente foi transferida para o Hospital da Criança Santo Antônio, onde foi solicitado acompanhamento médico e coleta de amostra para análise laboratorial.
3º CASO
O terceiro caso é referente ao pai da criança relatada no 2º Caso. Foi avaliado por equipe médica de Pacaraima, sendo observada inflamação de amigdalas, com placas associadas, odinofagia, mas sem febre.
Segundo o CIEVS, a coleta de amostra para análise laboratorial foi realizada na quarta-feira (29).
4º CASO
A quarta paciente é uma mulher, moradora do município de Amajari. O caso foi comunicado no dia 29.
Segundo o CIEVS, a paciente começou a manifestar os primeiros sintomas (febre, dor ao deglutir, mal estar geral, aumento de gânglios linfáticos em região cervical, dor de cabeça, amigdalite membranosa e lesões brancas benignas da mucosa oral) no dia 26.
Foi informado ainda histórico de descolamento da paciente para a cidade de Fortaleza, com retorno ao estado no dia 14. A referida está regular com as doses de vacinas dT, sendo a última dose aplicada no dia 20 de julho de 2022. Ela segue em isolamento domiciliar, sendo acompanhada pela equipe de saúde do município.