Um verdadeiro caso de horror veio a tona em uma família do Estado nos últimos dias, após uma criança, de 3 anos, denunciar para a mãe que o bisavó, o agricultor R.M.P., de 75 anos, tinha tocado nas partes íntimas dela. O relato foi gravado em um vídeo.
Uma das filhas do agricultor, que preferiu não se identificar, e que é avó da criança, entrou em contato com a Folha BV para denunciar que ela, as irmãs e sobrinhas também foram vítimas do idoso. São pelo menos 10 mulheres da mesma família.
O idoso mora em um lote, no município de Alto Alegre, onde geralmente ocorriam os estupros.
A denunciante informou que foi abusada dos 4 aos 13 anos de idade, quando resolveu ir embora de casa. As sobrinhas foram abusadas quando crianças e hoje possuem mais de 18 anos.
“Ele é um monstro. Eu e minhas irmãs não denunciamos antes porque pensávamos que tinha sido só com a gente e tínhamos medo. Nunca que iria fazer isso com as meninas (sobrinhas dela)”, relatou.
Um dos motivos para as vítimas não terem denunciado os estupros, foi porque o agricultor ameaçava elas de morte.
“Além de me ameaçar de morte, também dizia que ia matar minha mãe e irmãs. Por isso, nunca tive coragem de denunciar também. Eu apenas queria esquecer que isso aconteceu”, explicou.
De acordo com a mulher, uma das vítimas chegou a ser estuprada ao lado da avó que estava dormindo. “A minha sobrinha estava dormindo no mesmo quarto que ele e minha mãe quando foi estuprada. Ela aguentou tudo calada”, disse.
Uma desconfiança da família, é que R.M.P. tenha cometido o mesmo crime no estado do Maranhão, cidade natal dele, pois de acordo com a denunciante o idoso veio fugido para Roraima e nunca contou o motivo.
ABUSO A BISNETA
O abuso ocorreu na casa da denunciante, que mora em Boa Vista, onde o idoso estava hospedado após passar por cirurgias nos olhos.
No momento do abuso, a criança e o idoso estavam na sala. A filha dele estendo roupa e a esposa lavando louça. “O que mais me dói é que estávamos aqui. Foi tudo rápido e bem nos nossos olhos”, destacou.
Mesmo após os abusos ocorridos na infância, as filhas continuaram cuidando do agricultor.
“Nunca amei ele, mas por respeito e honra estava aqui cuidando dele. Todas nós cuidamos do pai e da mãe, não abandonamos em nenhum momento”, disse.
Após o ocorrido, a criança relatou o que havia acontecido para a mãe, que gravou um vídeo, e contou para a avó. “Quando soube fiquei chocada porque ela estava passando pela mesma coisa que passei e a partir dai tive coragem para contar o que tinha acontecido comigo é como se estivesse voltado ao pesadelo de antes”, destacou.
Depois desse caso, as demais vítimas se uniram e relataram o que tinham sofrido para a família. Além disso, foram até a Delegacia de Alto Alegre registrar Boletim de Ocorrência.
A família quer que Justiça seja feita e ele pague pelos crimes que cometeu. “Estamos com medo dele fugir. Queremos que ele pague por tudo o que nos causou e não faça isso com nenhuma outra criança”, finalizou.
A reportagem tentou contato com o idoso, mas não obtive êxito. Também procuramos a Polícia Civil para saber como está o andamento do caso.
De acordo com a nota, foi instaurado inquérito policial, as investigações foram iniciadas e estão em andamento, com diligências sendo realizadas e os envolvidos intimados para serem ouvidos.
Quanto aos casos antigos, envolvendo vítimas já maiores de idade, denunciados na Delegacia de Alto Alegre, a Polícia Civil esclareceu que todas as providências estão sendo tomadas pela delegada interina, Rozane Maria Wildmar.
Para proteger as vítimas, a delegada requereu uma Medida Protetiva de Urgência, para que o acusado não se aproxime delas. Também foi solicitado pela Autoridade Policial, acompanhamento psicológico a todas as vítimas.
Por ser uma investigação com várias pessoas envolvidas, é necessário que todos as oitivas sejam realizadas primeiramente com as vítimas e depois com o infrator.
Por não caber uma situação de flagrante às denúncias realizadas, sendo este uma vedação legal, o investigado não foi preso. Ele será intimado para prestar esclarecimentos na Delegacia.
“A Polícia Civil ressalta que todos os meios legais possíveis estão sendo empregados no intuito de concluir as investigações, para elucidar os casos e trazer a devida resposta aos envolvidos e à sociedade”, finalizou a nota.