Preservação do meio ambiente, violência contra a mulher e ancestralidade são algumas das temáticas presentes na narrativa de ‘Falas da Terra’, que apresenta o episódio ‘Pintadas’, no dia 17 de abril, logo após o ‘BBB 23’, na TV Globo.
Exibida na semana do Dia dos Povos Indígenas, a trama integra a antologia ‘Histórias Impossíveis’, sendo protagonizada por três jovens indígenas. Luara (Ellie Makuxi), Josy (Dandara Queiroz) e Michele (Isabela Santana) se encontram no Mato Grosso do Sul para gravação de um videoclipe de rap na floresta e, quando se veem diante de uma natureza destruída, são impactadas por uma série de acontecimentos fantásticos que as levarão a um mergulho na ancestralidade de seus povos.
De origens distintas e com visões de mundo diferentes, Luara está de volta à sua terra com a melhor amiga da faculdade, Michele, depois de passar anos fora, estudando. O retorno visa apoiar a parente rapper, Josy, com seu trabalho na música. Mas, ao chegar ao local da gravação, que remete à memória afetiva de Josy e Luara, as jovens se deparam com a degradação da natureza. Frente a um cenário destruído, elas precisam encontrar uma nova solução para a filmagem, mas, no caminho, acabam por enfrentar desafios que as levam a encontros e desencontros com seus próprios medos, identidades e histórias.
Atriz Ellie Makuxi é estreante na Tv (Foto: Divulgação)
Elenco
O elenco é um diferencial do episódio: estreantes, as jovens atrizes indígenas têm raízes nos povos originários Makuxi, em Roraima (Ellie), Mato Grosso do Sul (Dandara) e Pataxó do Sul da Bahia (Isabela). As três passaram por um processo de seleção e preparação, conectando suas emoções às das personagens.
“Os povos indígenas existem, e a gente tem voz. Eu espero que o nosso episódio traga essa amplitude. A gente existe e resiste. E eu me sinto muito feliz por poder ser referência para outras meninas e representar o meu povo, que os meus traços também estejam presentes na televisão e várias garotinhas possam me assistir”, comemora Ellie.
Dandara, que há três anos mora em São Paulo, fala do momento oportuno para que a história seja exibida: “Acho muito importante levar essa pauta. Além da curiosidade que vai te prender para ver, são novas perspectivas, linguagem, que têm a ver com a inovação. Me senti como quando a gente senta em volta da fogueira e escuta o cacique contar as histórias, os contos, estamos escutando e aprendendo, desenvolvendo nosso autoconhecimento e tendo acesso a uma sabedoria grande.
“A gente tem mais de 300 povos no Brasil, mais de 250 línguas, e cada indivíduo dentro do povo possui uma história e uma personalidade diferente. Tudo isso compõe essa etnogênese da identidade. É uma oportunidade de mostrar que somos humanos: temos sonhos, amamos, choramos, dançamos, criamos, rimos. Avalio esse momento como uma oportunidade de transformar as nossas narrativas e de causar transformação”, completa Isabela Santana.