Cotidiano

Espaço aéreo na Terra Yanomami é fechado nesta quinta-feira, 6

Corredores aéreos foram abertos para estimular a saída “voluntária” de garimpeiros. Fiscais do IBAMA acreditam que medida, na verdade, estimulou continuidade da ação garimpeira, diz Agência.

O espaço aéreo na Terra Yanomami volta a ser fechado nesta quinta-feira (6). A abertura foi adotada pelo governo federal para estimular a saída “voluntária” de garimpeiros. O controle será realizado pela Força Aérea Brasileira (FAB).

Helicópteros e aviões de pequeno porte são os principais meios de transporte e logística do garimpo. Antes da operação para expulsar os garimpeiros, eram registrados entre 30 e 40 voos clandestinos diários na região.

O Movimento Garimpo é Legal (MGL) diz ter feito pedidos para que garimpeiros, que ainda permanecem na região, saíssem até essa quinta-feira, dia 5 de abril. O governo federal ainda não divulgou o que deve ocorrer no tema espaço aéreo a partir da sexta-feira (7).

O espaço aéreo foi inicialmente fechado em 1º de fevereiro. Com este bloqueio e o aumento na fiscalização, diversos garimpeiros deixaram o território a pé ou aglomeravam-se em voadeiras. Na época, donos de aeronaves também triplicaram o valor do transporte por pessoa.

Apesar do objetivo humanitário, equipes de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), apontam que os “corredores” geraram um “descontrole do espaço aéreo”, permitindo que garimpeiros continuassem as operações na reserva. A informação é da Agência Pública.

Um bloqueio no rio Uraricoera também foi implantado pelo Ibama, com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e Força Nacional. Foi estendido um cabo de aço e montada uma base próximo da Comunidade Palimiú. Essa medida, bloqueou o abastecimento fluvial dos garimpos. Ataques armados de garimpeiros contra os agentes também já foram registrados.

Maior reserva indígena do país, a Terra Yanomami possui cerca de 10 milhões de hectares distribuídos entre os estados de Roraima e Amazonas. São ao menos 371 comunidades e mais de 30 mil indígenas. A exploração ilegal de minérios na região é apontada como um dos principais fatores da crise sanitária e humanitária que assola o território.