O Brasil é o país mais avançado da América Latina no uso de Inteligência Artificial (IA). Conforme a SAS, plataforma de análises de dados, em 2022, 63% das empresas brasileiras que têm soluções de dados e analytics utilizam IA.
A Inteligência Artificial é a representação da tecnologia em sua mais recente evolução. Segundo o professor de Ciências da Computação e especialista na automação, Filipe Dwan, é um agente em sistema que realiza trabalhos feitos por humanos da mesma maneira que um trabalhador em carne e osso faria.
“Você tem um sistema que tenta perceber o ambiente igual a gente faz, é muito parecido com o ser humano. Nós somos a fonte inspiração desses agentes. Por exemplo, nós percebemos o ambiente com os olhos e ouvidos. E, à medida que a gente percebe o ambiente, pode agir de alguma forma, com os nossos atuadores, que são mãos, pés e a boca. Como é feito esse mapeamento é que é o X da questão”, explica Dwan.
O que o especialista conta é que, após as percepções do que é preciso fazer, a IA mapeia as repetições de formas de chegar a um resultado ou mais. Esse mapeamento segue alguns padrões primários definidos pelos programadores e desenvolvedores da tecnologia e o que aprende com os usuários.
Em um exemplo prático, mostrado por Dwan, as caixas de correio eletrônico ou e-mail atualmente separam as mensagens em categorias, principalmente no caso de e-mails não solicitados, o famoso spam. Quem realiza esse mapeamento e orienta as mensagens para as categorias é a IA.
“Ninguém precisa colocar e-mail como spam porque o algoritmo, automaticamente, detecta que aquele e-mail é um spam. Isso acontece com base em características e padrões que o próprio algoritmo detectou. Então ele observa os exemplos e, com o tempo, ele vai ficando cada vez melhor, a ponto de não precisar mais de um humano para ter que classificar. Essas são as tarefas mais simples e cada vez mais as ferramentas estão mais poderosas”, conta o professor.
Criação de conteúdo
Atualmente, Roraima também se beneficia da automação. O designer gráfico e social media, Matheus Ilya, conta que o serviço pode ser utilizado por qualquer pessoa e profissão. No entanto, designers, jornalistas, social media, produtores criativos em geral são os que mais produzem com a IA.
Isso ocorre porque facilita a realização de trabalhos repetitivos, como edição de vídeo e imagens, transcrição de áudios em texto e, agora, até respostas automáticas com dicas e conselhos. Apesar dos benefícios, alguns detalhes ainda precisam de resposta.
“Algumas das dificuldades são a dependência que esse tipo de tecnologia vai acabar criando. Também é um problema com propriedade intelectual. Afinal, se uma pessoa cria uma obra de arte usando uma inteligência artificial. Quem é o dono? A pessoa que criou ou a dona da plataforma? Por isso, junto com todas essas mudanças as organizações vão ter que investir no treinamento e na educação dos seus funcionários, além de pensar em implementações éticas e ilegais para o uso da inteligência artificial quando o assunto for criação de conteúdo”, ressalta o jovem.
A plataforma mais utilizada na pesquisa e na análise de dados de criações, Google, orienta que as produções sejam originais e para humanos. Pois o uso da automação, incluindo IA, para gerar conteúdo pode ser vista como “uma violação das nossas políticas de spam”, dependendo do objetivo do conteúdo.
“É importante reconhecer que nem todo uso da automação, incluindo a geração de IA, é spam. Há muito tempo, a automação gera conteúdo útil, como placares esportivos, previsões do tempo e transcrições. A IA é capaz de gerar novos níveis de expressão e criatividade e serve como uma ferramenta essencial para ajudar as pessoas a criar ótimos conteúdos para a Web. Isso está alinhado com a maneira como sempre pensamos em empoderar as pessoas com novas tecnologias”, informa a plataforma.
Para o professor com doutorado em automação híbrida entre humanos e IA, Filipe Dwan, a Inteligência Artificial tem um futuro promissor entre certezas e incertezas para todas as áreas profissionais. A curto prazo, a inteligência pode oferecer rapidez no resultado de um exame e ajudar o médico no diagnóstico, como também auxiliar o judiciário no cumprimento de mandatos, por exemplo.
Porém, “no futuro, vai ser a parte onde as máquinas realmente vão trabalhar no nosso lugar. A tendência é que a gente perca nossos empregos e vamos ter que nos reinventar. Nós somos especialistas em adaptação, isso é gancho para se reinventar“.
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