Cotidiano

Depois de 20 anos, acusados de matar homem na frente do filho vão à Juri

Vítima foi morta à tiros em frente de casa ao lado do filho, na época, de 12 anos, que também foi atingido, mas está vivo

Os réus suspeitos de envolvimento no assassinato de Elmar Marcelo Craveiro Holanda, mais conhecido como Marcelo Holanda, vão à Júri popular na próxima terça-feira, dia 16, após quase 21 anos do crime. Os dois são acusados de serem os mandantes da execução que tirou a vida de Marcelo com quatro tiros na cabeça. Um dos tiros atingiu o filho da vítima no ombro.

O crime teria ocorrido porque uma jovem, na época, menor de idade, teria se envolvido com Marcelo, que era casado. Segundo a Denúncia, familiares da jovem achavam que o homem havia a seduzido, e por isso, teriam mandado executar Marcelo, que morreu em frente de casa ao lado do filho. 

Os executores do crime nunca foram identificados, no entanto, conforme o advogado de acusação, Diego Rodrigues, há muitos indícios de que os familiares, padrasto, mãe e tios da jovem foram os responsáveis pelo o assassinato ocorrido em 2002. Um desses indícios, seria que a mãe escreveu o que a filha deveria falar no depoimento à polícia. Segundo o advogado. em uma perícia grafotécnica foi constatado a letra da mãe.

“Nesse caso eu não vejo outro motivo [para a culpa aos réus], ele não tinha desafeto nenhum. A única coisa que estava acontecendo era a preocupação pois, antes de morrer, os irmãos se reuniram para tentar convencer ele a ir embora para Manaus, passar um tempo longe do estado. Porque já se tinham descoberto que estavam atrás dele”, conta o advogado de acusação, que informou acreditar que a justiça será feita.

Vão à júri somente o padrasto e um tio da jovem, já que para os demais envolvidos não houve indícios suficientes para acusação, segundo a Justiça


Primeira página do depoimento escrito pela mãe da jovem. (Foto: Adriele Lima/FolhaBV)

O assassinato
O crime ocorreu em 21 agosto de 2002 no bairro Tancredo Neves, por volta das 19h, quando Marcelo e o filho, na época, de 12 anos, foram alvejados enquanto chegavam em casa. A criança foi atingida no ombro direito e o pai, foi morto com quatro tiros na cabeça.

Conforme a denúncia que consta nos autos do processo, a mãe, o padrasto e os tios da jovem não sabiam da existência da vida sexual da jovem. Porém, descobriram que ela havia se envolvido com Marcelo, um homem casado e servidor da Assembleia Legislativa, que conheceu em um curso de pré-vestibular. 

Ao saber do envolvimento deles, os familiares da jovem foram atrás de localizar a vítima porque achavam que ele havia a seduzido. Em 17 de agosto, os familiares pediram, ao curso que os dois frequentavam, o endereço da casa de Marcelo, além de conseguirem outras informações por meio de conhecidos em comum. Com a localização em mãos, os familiares teriam mandado executar Marcelo.