Somente em maio, a Terra Yanomami registrou 29 mortes de indígenas. Desde o início da emergência em saúde pública, foram 126 óbitos contabilizados. A maioria, 44,5%, é de crianças até 4 anos. As informações são do Ministério da Saúde.
A Terra Yanomami é a maior região indígena do Brasil, com uma área que se estende entre os estados de Roraima e Amazonas e região sul da Venezuela. Nos últimos anos, foi alvo da exploração indiscriminada de minérios, como ouro e cassiterita, o que gerou a ampliação do desmatamento, contaminação dos rios por mercúrio e avanço de doenças, a exemplo da malária e covid.
Semanalmente, o Centro de Operações de Emergências (COE) Yanomami tem apresentado os números das ações de saúde intensificadas na reserva a partir de janeiro deste ano. No último relatório, publicado na segunda-feira (29), as doenças infecciosas foram apontadas como as maiores causas das mortes.
O relatório lista como doenças infeccionas pneumonia (29), doenças diarreicas (9), malária (8), tuberculose (3), parasitose (1), choque séptico (4) e ITU (3). Há ainda 25 mortes por causas externa, 16 por desnutrição, 8 como óbito neonatal e 4 por doença do aparelho digestivo.
Também são listadas 11 mortes por causas mal definidas, 2 por epilepsia e 3 por parada cardiorrespiratória. Do total, desde o início da contabilização, quatro óbitos estão em investigação para confirmação, pois ocorreram no território indígena.
Depois das crianças de até 4 anos, com 56 óbitos, pessoas idosas acima de 60 anos fazem parte da segunda faixa etária com maior número de mortes, um total de 22. Logo após, adultos entre 20 a 39 anos, com 19. A maior parte das mortes, 78, ocorreram dentro do território indígena. Outras 47 em unidades hospitalares e uma não teve o local informado.