Política

Deputada espera aprovação de Iater ainda esse ano

Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural tem objetivo de angariar recursos de incentivo à produção local

Em entrevista realizada no programa Agenda da Semana deste domingo, 13, apresentado pelo economista Getúlio Cruz, a deputada estadual Aurelina Medeiros (PSDB) disse que espera que seja aprovado ainda este ano o projeto que cria o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater).

A proposta foi apresentada na ALE no início deste mês pela deputada e trata-se de um projeto que autoriza o Governo do Estado a implantar o instituto. O órgão, além de prestar assistência ao produtor, terá por finalidade conseguir recursos de incentivo à produção local.

De acordo com a autora da proposta e presidente da comissão responsável para discutir o projeto na Assembleia, a expectativa é que ele seja aprovado no mês de outubro e já incluído na proposta orçamentária de 2016 para que possa ser implantado a partir de janeiro.

Segundo Aurelina, antes de ser apresentado na Assembleia, houve um diálogo com a governadora Suely Campos (PP). A deputada diz que essa discussão já é de desejo da chefe do Executivo e que a mesma reconhece a necessidade de se organizar esse impasse no Estado.

Diante da aceitação do projeto, o próximo passo será reunir os técnicos e todos os órgãos ligados à agricultura no Estado a fim de discutir o projeto e incluir nele pontos primordiais e que realmente atendam às necessidades do setor agrícola. “Nós assistimos aqui, ao longo dos anos, uma assistência técnica acabada.

Entendemos que não há prioridades”, afirma a parlamentar. Aurelina afirma ainda que há uma dispersão das ações voltadas à agricultura, vista a existência de vários órgãos voltados para essa questão.

Dentre eles, ela cita a Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária (Seapa), Agência de Fomento de Roraima (Aferr), o Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima), Fundação Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Femarh) e a Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr).

“A primeira coisa que devemos ter no setor agrícola é uma estrutura de apoio e que priorize a agricultura com a importância que ela tem para o nosso estado”, disse ao acrescentar que, atualmente, o que há é o esboço de 38 casas de produtor rural distribuídas entre os municípios e vilas do interior e que não funcionam como deveria.

A seu ver, a Secretaria de Agricultura deve ser o órgão para coordenar as outras instituições envolvidas no setor justamente para não haver essa dispersão. “O que precisamos é organizar isso. O produtor precisa de uma assistência tecnológica de um ponto de vista mais aprimorado. Ele precisa, inclusive, de capacitação”, enfatizou.

“Além disso, é necessário se adequar às leis ambientais. O produtor precisa da regularização fundiária, precisa de incentivos”, complementou ao citar que a agricultura local é de grande importância para a economia do Estado.

Outra questão abordada foi em relação à agricultura indígena, que, segundo Aurelina, deve ser vista como um segmento de produção diferenciado, pois os indígenas são um contingente representativo no Estado.

“Algumas das comunidades produzem com um pouco de tecnologia, outras não. Os indígenas devem ser vistos, devem receber incentivo para produzir”, disse. Para ela, essa é uma questão de valorizar essa mão de obra, já que, por exemplo, é cultura nas comunidades indígenas a produção de farinha a partir da mandioca, que quase não é mais produzida. (M.F)