Polícia

Mandados são cumpridos em RR em operação que investiga lavagem de dinheiro

Operação foi deflagrada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul e investiga quadrilha que possui ligações com o Primeiro Comando da Capital (PCC); facção paulista tem forte atuação em Roraima

Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em Roraima em uma operação deflagrada nesta quarta-feira (7) contra uma organização criminosa que investiga lavagem de dinheiro para o tráfico de drogas. 

A Operação “Fim da Linha – do Oiapoque ao Chuí” foi deflagrada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, e cumpre 403 mandados de busca e apreensão em outros 20 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Na lista de bens que serão apreendidos estão: 187 veículos, sete embarcações e nove aeronaves, o que soma R$ 43 milhões. Quatro mandados de prisão preventiva estão sendo cumpridos no Mato Grosso do Sul. A polícia ainda averigua a situação de 42 imóveis usados pelo grupo criminoso.

A operação deflagrada hoje é a quarta etapa de uma investigação iniciada ainda em 2021 e conta com o apoio de 1,3 mil policiais. De acordo com a Polícia Civil do Rio Grande do Sul, a organização criminosa que atua no interior do estado possui ligações com Primeiro Comando da Capital (PCC), de São Paulo. 

A investigação começou em 2021 e constatou a existência de quatro pessoas físicas e jurídicas consideradas importantes. Um deles movimentou em poucos meses a quantia de mais de R$ 6 milhões. Já um outro indivíduo operou R$ 36,5 milhões.

Por sua vez, uma empresa fantasma foi responsável pela movimentação de R$ 94,9 milhões, enquanto uma outra apresentou operações financeiras de R$ 27,7 milhões. O trabalho investigativo apurou também extratos bancários que somaram R$ 293,3 milhões em apenas nove meses.

O trabalho policial identificou diversas ramificações desta organização criminosa. As subdivisões do grupo foram então verificadas pelos policiais civis. A investigação recaiu principalmente sobre o líder da célula da organização criminosa que comanda o narcotráfico na região Norte do Rio Grande do Sul. 

Nesta quarta fase da operação, que recai sobre a lavagem de dinheiro, os agentes buscam farto conteúdo relacionado ao tráfico de drogas, compra e venda de armas de fogo, contrabando de cigarros e inúmeras operações bancárias, transferências de dinheiro, depósitos, PIX e números de contas bancárias de pessoas físicas e jurídicas, algumas criadas exclusivamente para “lavar o dinheiro” das organizações criminosas.

No decorrer da apuração, foi verificada a existência de vários “laranjas” de alto escalão, responsáveis por fornecer suas contas bancárias para o recebimento e repasse dos valores provenientes do tráfico de drogas para outros escalões da organização.