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Desmatamento da Amazônia em RR cresce 40% entre janeiro e maio

Conforme os dados, foram 113,3 quilômetros quadrados (km²) de área desmatada nos primeiros meses deste ano contra 80,8 km² de área desflorestada entre janeiro e maio de 2022

O desmatamento na floresta amazônica caiu 60% em janeiro deste ano (Foto: Daniel Beltra/Greenpeace)
O desmatamento na floresta amazônica caiu 60% em janeiro deste ano (Foto: Daniel Beltra/Greenpeace)

Na contramão do registrado no restante da Amazônia Legal, o desmatamento em Roraima subiu 40,2% no acumulado de janeiro a maio de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta semana, e coletados a partir do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), disponível na plataforma TerraBrasilis. 

Conforme os dados, foram 113,3 quilômetros quadrados (km²) de área desmatada nos primeiros meses deste ano contra 80,8 km² de área desflorestada entre janeiro e maio de 2022. 

Ainda de acordo com os dados, a maior parte do desmatamento no estado foi registrada em Caracaraí (27,9 km²) e Rorainópolis (23,2 km²). Caracaraí foi incluído na lista de 20 municípios da Amazônia Legal que concentram 55% do desmatamento detectado de janeiro a maio. Lidera essa estatística o município de Feliz Natal (MT), com 8,8% do desmatamento, seguido de Apuí (AM) e Altamira (PA), com 6,8% e 4,9%, respectivamente. Ao todo, são oito municípios no Mato Grosso, seis no Amazonas, quatro no Pará, um em Rondônia e um em Roraima. Juntos, responderam por uma área desmatada de quase 2 mil km².

O sistema Deter é um levantamento rápido de alertas de evidências de alteração da cobertura florestal na Amazônia, feito pelo Inpe, como forma de orientar o trabalho de fiscalização ambiental. Ele não costuma ser usado para analisar períodos curtos, como comparativos mês a mês, por causa da alta volatilidade da cobertura de nuvens. 

Plano de combate

Essa semana, o governo federal lançou a nova edição do Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento da Amazônia Legal (PPCDAm), que vinha sendo discutido desde o início do ano e foi submetido a consulta pública em abril, com mais de 500 sugestões recebidas. O documento estabelece mais de 130 metas a serem alcançadas até 2027, incluindo embargo de áreas desmatadas, suspensão de cadastros irregulares, aplicação de multas, contratação de pessoal, aumento da fiscalização de áreas, regularização fundiária, entre outros.

O plano inclui também metas para estimular atividades produtivas sustentáveis, como criação de selos de agricultura familiar e bioeconomia, programas de manejo florestal e ecológico, inventivo ao etnoturismo na Amazônia, entre outros. Também há previsão de criação de novas unidades de conservação, destinação de florestas públicas federais e regularização de povos e comunidades tradicionais.