Cotidiano

Preço da gasolina deverá chegar a R$ 4,05

Governo Federal planeja aumentar o imposto dos combustíveis em R$ 0,50 por litro, fazendo a gasolina chegar a R$ 4,05 na bomba

A intenção do Governo Federal de aumentar a arrecadação de impostos para minimizar os efeitos da perda de crédito no mercado internacional atingirá de forma direta o consumidor. O governo pretende reajustar, ainda este mês, o imposto de combustível (Cide) em R$ 0,50 o litro. Com isso, o preço médio da gasolina nos postos deve passar de R$ 3,55 para R$ 4,05.

Deverá ser a terceira vez, somente em 2015, que o preço da gasolina será reajustado. O ano começou com o litro do combustível custando, na bomba, R$ 2,95. O valor, no entanto, subiu para R$ 3,41 em fevereiro, e foi novamente inflacionado para R$ 3,55 em julho. Calculando todos os aumentos, o reajuste total foi de 37,8%.

Atualmente, cerca de R$ 12,5 bilhões são arrecadados com a somatória da Cide e Pis-Cofins, que juntas custam R$ 0,22. Com a alta, o Ministério da Fazenda espera arrecadar mais R$ 15 bilhões ao ano. O impacto na inflação será de 0,9%.

A equipe de reportagem da Folha visitou postos de combustíveis localizados nas zonas Norte, Sul e Oeste da Capital. O preço médio da gasolina varia de R$ 3,49, em postos mais afastados do Centro, a R$ 3,55, em áreas centrais.

Mais uma vez, é o consumidor final que deve sofrer com o novo reajuste. Isso porque com o litro da gasolina disparando, o mercado sofre um “efeito dominó”, que faz com que o preço de vários produtos também aumente. Foi o que explicou o economista Dorcílio de Souza.

“Os impactos serão enormes. Sabemos que vai haver um aumento em cadeia, porque o reajuste no valor do combustível encarece o frete e os custos de produção. Os empresários não diminuem margem de lucro e, por isso, vão passar esse aumento para o consumidor”, analisou.

Para ele, o consumidor, que mal se recuperou dos últimos aumentos de impostos terá que se desdobrar para reaver o orçamento familiar. “O governo está transferindo toda incompetência da gestão para cima da população. Nós é que estamos pagando a conta. É um absurdo, nada justifica isso. Estamos andando na contramão porque, enquanto todos os países estão reduzindo o preço dos combustíveis de origem do petróleo, o Brasil está aumentando. O que adianta sermos produtores mundiais de petróleo, vender para o mundo inteiro e a gente não usufruir?”, questionou.

SINDIPOSTOS – A Folha foi até a sede do Sindicato dos Postos de Combustíveis de Roraima (Sindipostos-RR), para saber quando o reajuste na gasolina será efetivado no Estado. No entanto, nenhum representante quis falar com a reportagem.

Consumidores já prevêem mais arrocho no orçamento familiar

O funcionário público Nilton Reis classificou a possibilidade real de aumento da gasolina como uma “bola de neve”, pois sentirá no bolso a dificuldade na hora de pagar as contas. “É complicado um aumento desses. É a terceira vez este ano. Terei que rever todo meu orçamento, porque, senão, chegará o final do mês e não terei como pagar as contas”, reclamou.

O autônomo Zumar da Silva disse que o aumento causa uma sobrecarga no consumidor. “Nós pagamos muitos impostos e ninguém recebe nada de benefícios.

Pelo contrário, acabamos deixando de comprar uma roupa, atrasamos mensalidade da escola dos filhos, as contas de água e luz, tudo por causa dessa carga tributária que sobrecarrega a gente”, frisou. (L.G.C)