A bovinocultura, tanto de corte como de leite, elenca-se como um dos esteios do setor primário produtivo nas mais diversas regiões do Brasil. Historicamente, a cultura e o manejo da espécie bovina foi se adaptando com o passar do tempo de acordo com as características regionais, abarcando cultura e economia.
O estado de Roraima é um exemplo vívido desse movimento de crescimento da bovinocultura. Nos anos 1970, Roraima tinha o segundo maior rebanho da região norte do país. Porém, anos de estagnação e de falta de incentivos fizeram o estado patinar dentro de uma lateralidade numérica, o que reduzia seu impulso.
A realidade começa a mudar a partir da segunda metade dos anos 2010, quando o incremento no quantitativo eleva-se fazendo com que, atualmente, o estado tenha em torno de 1.229.778 cabeças, segundo os dados oficiais da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (ADERR).
Os impactos econômicos são diretos e indiretos, principalmente com as etapas de engorda e abate desses animais junto às estruturas frigoríficas regionais, assim como da criação de empregos em todo o segmento da cadeia da bovinocultura. Obviamente que existem desafios porvir como a abertura de novos mercados, infraestrutura logística e de fiscalização agropecuária, uso intensivo de tecnologia e da própria inteligência artificial no campo e do contínuo processo de convencimento de que a criação de bovinos respeita os preceitos ambientais em suas diferentes matizes.
Roraima tem de sobra condições de elevar sua visibilidade na cadeia frigorífica, potencializar seu dinamismo no agronegócio e disparar, mais uma vez, como a última fronteira do agro dentro do país, gerando as externalidades positivas na seara econômica do Estado. A pecuária é tão importante para o estado, que essa é a primeira de 03 matérias exclusivas sobre a pecuária roraimense.
Gustavo Menezes Domingues