A Agulha Oficial, campanha de vacinação contra a febre aftosa no rebanho bovino das comunidades indígenas de Roraima, está prestes a ser concluída. Os vacinadores encerrarão suas atividades na próxima quinta-feira, 16, após 45 dias de intensa atuação nas terras indígenas Raposa/Serra do Sol e São Marcos.
Segundo José Maria, coordenador da Agulha e técnico do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), aproximadamente 80% do trabalho já foi concluído. Os números revelam o impacto da campanha: em Pacaraima, foram vacinadas 16.600 cabeças; em Uiramutã, 13.600. A vacinação em Normandia ainda está em andamento.
A Agulha Oficial é uma colaboração entre o Mapa, Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e Governo de Roraima, representado pela Aderr (Agência de Defesa Agropecuária de Roraima). A ação abrange cerca de 300 comunidades, incluindo Santa Rosa, Curicaca, Xanadu, Nova Ilusão, que abrigam mais de 49 mil cabeças de gado.
O Governador Antonio Denarium destaca a importância do serviço, que completa 13 anos este ano. “A Agulha Oficial é fundamental para imunizar os rebanhos nas comunidades indígenas de Roraima, garantindo a sanidade na região de fronteira e nosso status de área livre de febre aftosa com vacinação,” ressaltou.
O trabalho de imunização é árduo, contando com o apoio das comunidades indígenas, que ao longo do tempo têm avançado em estrutura e conscientização sobre a importância do processo. José Maria, do Mapa, destaca a participação ativa das comunidades: “No início tivemos dificuldade, mas agora as comunidades entendem que é um trabalho necessário e são nossas parceiras.”
A educação sanitária, conduzida pelo governo de Roraima através da Aderr, tem contribuído para o crescimento da pecuária indígena, fornecendo suporte necessário para o manejo do gado. O presidente da Aderr, Marcelo Parisi, elogia o comprometimento do governador Antonio Denarium nas ações que competem à agência.
Pecuária Indígena: Crescimento Sustentável ao Longo dos Anos
Historiadores apontam que, na década de 1970, os indígenas, ao trabalharem nas fazendas locais, aprenderam o manejo de bovinos, criando uma cultura de criação de animais. Com a saída dos fazendeiros, as comunidades assumiram os pastos, investindo na pecuária de forma comunitária.
Atualmente, o rebanho das comunidades indígenas conta com aproximadamente 50 mil animais. Esse número tem crescido ao longo dos anos, refletindo o aprimoramento das técnicas, genética e estrutura física, além da compreensão crescente do valor da pecuária para a economia local.