O calor e a umidade, que caracterizam o atual clima em Roraima, podem dar uma dor de cabeça aos produtores rurais. Acontece que as condições climáticas interferem na proliferação de parasitas, que comprometem a saúde dos bovinos, que são mais vulneráveis nesse período seco do estado.
Segundo o Núcleo de Produção Animal, do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater), o calor e a umidade criam um ambiente perfeito para o aumento de parasitas, tanto internos, como verminoses causadas por nematoides e tênias; quanto externos, como carrapatos e moscas do chifre. A presença desses parasitas não é apenas uma questão de saúde animal, mas também de produtividade.
“Animais com ectoparasitas, por exemplo, tendem a ficar irritados e inquietos, o que resulta em menor consumo de alimentos e higiene insuficiente. Como consequência, há redução na produção de carne e leite, além de queda na taxa de prenhez, o que causa prejuízos diretos aos produtores”, explicou o núcleo à FolhaBV.
Além da queda da produtividade, a presença de parasitas no rebanho pode afetar as pastagens. O exemplo está no carrapato, conforme o setor do Iater, no qual estudos têm mostrado que apenas 0,5% dos carrapatos estão diretamente nos bovinos, enquanto 95% deles estão nas pastagens, o que dificulta ainda mais o controle.
Prevenção e controle
Para auxiliar os produtores no controle dos parasitas, o Iater recomenda o uso de sal mineral e sal proteinado deve ser mantido durante todo o ano para garantir a saúde do rebanho. Outras medidas específicas de manejo são:
- Carrapatos: Aplicar seis banhos de pulverização com produtos específicos em intervalos de 21 dias ou usar produtos pour-on, aplicados no dorso do animal, em três aplicações a cada 30 dias.
- Mosca do chifre: Utilizar brincos mosquicidas, com efeito protetor de até 180 dias, ou aplicar produtos no dorso do animal para controle.
- Verminoses: Nos bezerros, iniciar a vermifugação a partir do terceiro mês de vida até o desmame. No rebanho adulto, recomenda-se três aplicações anuais: a primeira no início do período seco, a segunda após 90 dias e a terceira 90 dias depois.
Apesar das práticas, é importante considerar as particularidades de cada rebanho e região antes de adotar qualquer tratamento. “Antes de adquirir e aplicar qualquer produto, é essencial considerar os riscos e benefícios para os animais e para o meio ambiente. Os produtores que vierem a ter seus animais passando por essa situação devem procurar sempre a ajuda de um profissional”, reforçou o Núcleo de Produção Animal.