Após morte de 7 mil bois, produtores de Roraima receberão capacitação para manejo de pastagem

A implementação da prática de silagem, uma das principais soluções para impedir a morte bovina, também estaria sendo implementada

Rebanho enfraquecido em busca de pasto. Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV
Rebanho enfraquecido em busca de pasto. Foto: Wenderson Cabral/FolhaBV

Os pequenos produtores de gado de Roraima receberão capacitação para manejo de pastagem, após a morte de mais de 7 mil bois e vacas nos últimos dois meses devido ataque de lagartas ao capim. A informação foi dada pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Iater). A Embrapa Roraima também está desenvolvendo armadilhas com inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT) para detecção de pragas no pasto.

De acordo com a Instituição, os produtores estão sendo instruídos quanto ao manejo da pastagem, incluindo técnicas de replantio para recuperar áreas afetadas pelas pragas. Além disso, um plano de capacitação de pecuária, lavoura e floresta (ILPF) está em desenvolvimento para que os produtores saibam manter o pasto.

+ Pecuarista discute impactos da praga de lagarta e práticas sustentáveis na pecuária de Roraima

“Este plano inclui técnicas de manejo da pastagem, diversificação de culturas, rotação de pastagem e a introdução de culturas alternativas, com ênfase na eliminação do uso do fogo e na adoção de práticas agrícolas sustentáveis”, explicou o Instituto.

Prática de silagem

Uma das principais soluções para impedir a morte bovina é a implementação da prática de silagem, que é um alimento suplementar para as pastagens durante a época de baixa da forragem (alimento animal). Isso também estaria sendo instruído aos produtores afetados com a perda de boi.

“A implementação da prática de silagem está sendo promovida com informações direcionadas aos pequenos pecuaristas, especialmente por meio de eventos como o ‘Dia de Campo’ em São João da Baliza, no Sul do estado. Esse evento visa capacitar os produtores que já possuem pastagens como capim ou outras gramíneas, incentivando-os a realizar a silagem utilizando os materiais disponíveis em suas propriedades”, afirmou o Iater.

+ Governo decreta estado de emergência e lança medidas para combater praga

Morte do gado sofreu impacto das queimadas e estiagem, que acentuou ataque de lagartas que mataram o capim nas propriedades. (Imagens: Adriele Lima/FolhaBV)

Tecnologia na detecção de pragas

A Embrapa Roraima também está desenvolvendo armadilhas com inteligência artificial e Internet das Coisas (IoT) para detecção de pragas no pasto. É uma tecnologia que visa coletar os dados gerados por dispositivos IoT, como equipamentos de monitoramento, e analisar as informações com apoio da IA. Segundo o pesquisador da Empraba, Amaury Bendahan, isso é algo que pesquisas na busca de soluções já disponibilizam aos produtores.

Essas detecções são feitas por dois principais métodos e que se complementam, o primeiro é o uso de armadilhas que coletam a presença da fase adulta e o segundo é do monitoramento da fase das lagartas nas pastagens. O uso desses métodos deve servir para que o produtor possa melhor tomar decisão do momento de combater essas pragas.

Para o estado, Bendahan informou que a empresa irá desenvolver a armadilha que permite a detecção da presença das pragas na fase adulta e começará a explorar o uso de imagens capturadas por drones para identificar sinais precoces de ataque das lagartas às pastagens. O objetivo das imagens é garantir uma intervenção mais rápida e efetiva.

“Esses esforços conjuntos têm como objetivo não apenas abordar a crise atual, como também fortalecer a resiliência das pastagens de Roraima contra futuras infestações, assegurando a sustentabilidade da pecuária na região. Ainda, ressalta-se que a Embrapa RR mantém um diálogo constante com os produtores, oferecendo suporte técnico e informações atualizadas sobre as melhores práticas de manejo de pragas”, finalizou o pesquisador.